Ao final do século XIX, vivíamos uma das épocas culturalmente mais florescentes. Havia Brahms e Mahler, Thomas Mann e Kafkaeram crianças, Dostoiévski e Tolstói produziam como nunca e, prova da inteligência daquele tempo, a histeria era considerada uma doença exclusivamente feminina
Transcorria o ano de 1880 e cansado de tanto masturbar manualmente as suas pacientes, o doutor Joseph Mortimer Granvillepatenteia o primeiro vibrador eletromecânico com forma fálica.
Modelo manual Woody
Durante o século XIX, a massagem clítoriana era considerado o único tratamento adequado contra a histeria, de maneira que centenas de mulheres iam ao médico para que tivessem a zona massageada e induzidas a um "paroxismo histérico", hoje conhecido como orgasmo.
Mod. manual - Dr. Johansen's
A histeria, suposta doença que os gregos tinham descrito como "útero ardente", converte-se numa espécie de praga entre as mulheres da época. Qualquer comportamento estranho "ansiedade, irritabilidade, fantasias sexuais" era considerado como um claro sintoma e a paciente era imediatamente enviada para receber uma massagem relaxante.
Mod. Manual Vibro-Life
No final do XIX a quantidade de mulheres que vão à consulta é tal, que os médicos já estão com problemas de LER (Lesões por esforço repetitivo) nas mãos e pulsos e então começam a inventar todo tipo de artefatos que lhes poupe o trabalho.
Normalmente eram bastões de plástico com um mecanismo bastante complexo, deixando o produto muito pesado e de difícil manipulação.
Mod a bateria - Ash Flash
Mesmo assim a variedade de vibradores daquela época é absurda, muitos modelos funcionavam com energia elétrica, outros combaterias ou gás ou água, inclusive foram desenvolvidos alguns que funcionavam a pedal. E os aparelhos tinham velocidades que variavam de 1.000 a 7.000 pulsações por minuto.
Mod. Manual - Macaura's blood circulator
Mod. elétrico - Golden-Glo Vitalator
Mod. a ar comprimido - Chas a Cyphers
Mod. a bateria - White Cross
Devido a grande procura e quantidade, os preços logo começaram a ser compatíveis para uso doméstico e deixaram de existir somente nos consultórios médicos. E foram os primeiros aparelhos de uso pessoal a serem introduzidos em casa, precedendo o secador de cabelos e o aspirador de pó.
Giro-Lator
Modelos como o "Barker Universal", o "Gyro-Lator" ou a "Miracle Ball" começam a ser comercializados através dos jornais de tiragem nacional.
Vibradores de uso portátil
Baker Universal
Miracle Ball
- "A vibração é a vida".
Diziam alguns anúncios.
- "Porque você, mulher, tem o direito a não estar doente".
Era o principal mote de muitos catálogos femininos onde o vibrador era publicitado como "instrumento para a tensão e ansiedade feminina". Seu uso era promovido como uma forma de manter às mulheres relaxadas e contentes.
- "A vibração proporciona vida e vigor, força e beleza".
- Ou ainda:
"O segredo da juventude foi descoberto na vibração".
Sua comercialização chegou a tal extremo que alguns modelos incluiam um adaptador que convertia o vibrador numa batedeira de bolo.
Mod. elétrico - Try New Life
Pense ao que isso possa parecer hoje, naqueles anos a aplicação do vibrador sobre o clítoris era tida como uma prática exclusivamente médica.
Mod. elétrico - Vibro Eletra
Na chamada Era Vitoriana, não era considerado ato sexual.
Mod. elétrico - Rolex
Os problemas, os tabus e a grande "sacanagem" que quase todos imaginamos hoje em dia ao ler este texto, começam mais tarde, a partir de 1920, pois foi a partir deste ano que os médicos abandonaram o uso do vibrador em seus consultórios pois eles começaram a aparecer em filmes pornográficos.
E, neles, as “atrizes” curavam sua histeria frente as câmaras. Os filmes fizeram com que o vibrador ficasse estigmatizado como coisa de mulheres da vida, nenhuma mulher fina ou mãe de família poderia ter uma histeria tranquila sabendo que a rameira da esquina fazia uso do mesmo instrumento.
Nos anos seguintes, a venda de vibradores foi então disfarçada sob formas de discutível sutileza.
E, neles, as “atrizes” curavam sua histeria frente as câmaras. Os filmes fizeram com que o vibrador ficasse estigmatizado como coisa de mulheres da vida, nenhuma mulher fina ou mãe de família poderia ter uma histeria tranquila sabendo que a rameira da esquina fazia uso do mesmo instrumento.
Nos anos seguintes, a venda de vibradores foi então disfarçada sob formas de discutível sutileza.
Imagine a felicidade daquela esposa que, tendo recebido um aspirador de pó como presente de aniversário de seu marido, se deparasse com a panacéia ao abrir a caixa.
A partir desse momento, o vibrador começou a perder sua imagem de instrumento médico e nos finais dos anos 60, início da "queima dos sutiãs", quando estudos revelaram a importância do orgasmo pela estimulação direta no clitóris, o vibrador se popularizou como um aparelho sexual fundamental para a mulher.
Daí, veio a primeira grande mudança, agregar ao bastão uma capa de silicone ou látex, dando ao produto novos formatos e cores e proporcionando um contato muito mais agradável a pele.
Em seguida, com a evolução tecnológica, micro motores foram desenvolvidos aliados a baterias mais leves e duradouras, reduzindo o peso dos produtos e criando vários tipos de vibração para estimular ainda mais a região pubiana.
Este acima, foi recentemente lançado pela empresa Canden Enterprises, "Earth Angel", o primeiro vibrador ecológico.
Este é o primeiro aparelho do género a funcionar sem pilhas e ativa-se graças a um mecanismo que utiliza uma manivela (voltamos aos anos 20) para carregar. A empresa assegura que com apenas quatro minutos usando a manivela, o aparelho funcionará durante 30 minutos.