Siga o Blog do Oracy

sexta-feira, 30 de março de 2012

Iate feito de ouro e platina custa R$ 7,6 bilhões

Obra do famoso joalheiro Stuart Hughes, o navio foi encomendado por um empresário que preferiu ficar anônimo

Por Época NEGÓCIOS Online
Reprodução Internet
Não basta ter um iate, luxo mesmo é ele ser feito de ouro. O preço? R$ 7,6 bilhões. Foi esta quantia que um empresário da Malásia pagou por um iate feito com 100 mil quilos de ouro e platina. Obra do célebre joalheiro Stuart Hughes, o barco levou três anos para ser concluído e, segundo o criador, é hoje o mais caro do mundo.
Reprodução Internet
O iate de 30,5 metros tem sua base feita de ouro maciço, assim como sua âncora e diversos acessórios a bordo. O navio, batizado de ‘History Supreme’, conta ainda com uma parede de pedras de meteoro e ossos de Tiranossauro Rex (de verdade!). É de deixar o barco do bilionário russo Roman Abramovich no chinelo, que se preocupou mais com "detalhes" como sistema de escudo anti-mísseis e detectores de laser contra paparazzi. 
“O History Supreme me foi encomendado por um empresário da Malásia que queria algo realmente especial”, disse Hughes ao site Newslite. “Provavelmente, foi o projeto mais ambicioso que eu toquei até agora. Foram três anos de planejamento e fazer tudo certo foi difícil”. Deve ter sido mesmo, mas por R$ 7,6 bilhões...
Reprodução Internet

quinta-feira, 29 de março de 2012

Olhar Urbano: Batom - Teresa Santos

Se aproximou de mim. Meio tímida, meio sem pudor.
Cabelo preto, cortado em formato de tigela, lembrava uma indiazinha. Os olhos pareciam duas grandes jabuticabas.
Quando me dei conta estava em frente a mim e exibia lábios pintados de um rosa escuro.
Perdeu a vergonha e disse:
- Oi!
Respondi:
- Oi!
E ela, então, perguntou:
- Você gostou do meu batom?
E eu, que fingia não ver, respondi:
- Nossa! Você não acha que é muito pequena para estar de boquinha pintada e blush no rosto?
E ela mais do que depressa retrucou:
- Ah! É para combinar com o meu esmalte. E me mostrou mãozinhas gordinhas e dedinhos tintos de rosa.
Perguntei quantos anos tinha e qual era o seu nome.
- Tenho seis anos e me chamo Isabella. E enfatizou: Isabella com dois eles.
E continuou a matraquear:
- Sabe? Quando eu crescer vou ser modelo e vou cuidar da minha mãe.
Olhou em direção à mãe (que eu acreditava ser a avó) e enfatizou:
- Não é mamãe?
E a mãe respondeu:
- É, filhinha.
E neste instante o ônibus que esperavam chegou.
Isabella então fez menção de subir e voltou.
Me deu um beijo e deixou o batom comigo. 
Voltou ao ônibus e quando estava dentro do coletivo gritou:
- Guarda, viu? Um dia você vai ouvir falar de mim.
Olhei e fiquei surpresa com aquela frase, dita por uma garotinha de apenas seis anos.
Guardei aquele mimo e pensei comigo:
- Será?
E lhe dirigi o melhor de meus pensamentos.
 
Teresa Santos, 60 anos, paulistana. Aposentada, mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta de estudar idiomas, de viajar, de ler  e de observar o mundo. Considera o ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à vida  e se considera uma pessoa feliz.

Cotidiano - SAC da Boca (Charge de Maurício Ricardo)

terça-feira, 27 de março de 2012

A palavra - Martha Medeiros

Freud costumava dizer que poetas e escritores precederam os psicanalistas na descoberta do inconsciente. Tudo porque literatura e psicanálise possuem um profundo elo em comum: a palavra.

Já me perguntei algumas vezes como é que uma pessoa que tem dificuldade com a palavra consegue externar suas fantasias e carências durante uma terapia. Consultas são um refinado exercício de comunicação. Se relacionamentos amorosos fracassam por falhas na comunicação, creio que a relação terapêutica também naufragará diante da impossibilidade de se fazer entender.

Estou lendo um belo livro de uma autora que, além de poeta, é psicanalista, Sandra Niskier Flander. E o livro chama-se justamente a pa-lavra, assim, em minúsculas e salientando o verbo contido no substantivo. Lavrar: revolver e sulcar a terra, prepará-la para o cultivo.

Se eu tenho um Deus, e tenho alguns, a palavra é certamente um deles. Um Deus feminino, porém não menos dominador. Ela, a palavra, foi determinante na minha trajetória não só profissional, mas existencial. Só cheguei a algum lugar nessa vida por me expressar com clareza, algo que muitos consideram fácil, mas fácil é escrever com afetação.

A clareza exige simplicidade, foco, precisão e generosidade. A pessoa que nos ouve e que nos lê não é obrigada a ter uma bola de cristal para descobrir o que queremos dizer. Falar e escrever sem necessidade de tradução ou legenda: eis um dom que é preciso desenvolver todos os dias por aqueles que apreciam viver num mundo com menos obstáculos.

A palavra, que ferramenta.
É pena que haja tamanha displicência em relação ao seu uso. Poucos se dão conta de que ela é a chave que abre as portas mais emperradas, que ela facilita negociações, encurta caminhos, cria laços, aproxima as pessoas.

Tanta gente nasce e morre sem dialogar com a vida. Contam coisas, falam por falar, mas não conversam, não usam a palavra como elemento de troca. Encantam-se pelo som da própria voz e, nessa onda narcísica, qualquer palavra lhes serve.

Mas não. Não serve qualquer uma.

A palavra exata é uma pequeno diamante. Embeleza tudo: o convívio, o poema, o amor. Quando a palavra não tem serventia alguma, o silêncio mantém-se no posto daquele que melhor fala por nós. Em terapia – voltemos ao assunto inicial –, temos que nos apresentar sem defesas, relatar impressões do passado, tornar públicas nossas aflições mais secretas, perder o pudor diante das nossas fraquezas, ser honestos de uma forma quase violenta, tudo em busca de uma “absolvição” que nos permita viver sem arrastar tantas correntes.

Como atingir o ponto nevrálgico das nossas dores sem o bisturi certeiro da palavra? É através dela que a gente se cura.

segunda-feira, 26 de março de 2012

AQUIDAUANA - PANTANAL SULMATOGROSSENSE

Aquidauana é uma das portas de entrada do Pantanal Sulmatogrossense. Através deste vídeo você vai conhecer um pouco da sua exuberante natureza, com sua diversidade de atrativos naturais. Um verdadeiro paraíso ecológico digno de ser admirado e cantado em prosa e verso.. Um show de imagens!! Assista em alta resolução este maravilhoso vídeo e veja imagens fantásticas. AUMENTE O SOM

Não acorde o câncer que dorme em você

sábado, 24 de março de 2012

Minha História - Nadia Foes


Meu nome é Gardênia. Explica-se, minha mãe quando se separou do meu pai vendeu tudo o que possuíamos em casa, menos os seus livros. Ela amava ler. Adorava romances. Sua biblioteca era respeitável. Ela chegava algumas vezes a encarnar os personagens. Algumas vezes ela era Rebeca, outras Margarite Goutier, a dama das camélias, e no final de seu casamento foi Ana Karenina. Ela era trágica. Venho de uma família que tem o dom da tragédia e alguns membros tem o dom da comédia. Eu herdei os dois lados. O nosso brasão devia ser o do teatro, a tragédia e a comédia. Até tenho um par de brincos e um anel representando o símbolo do teatro, a tragédia e a comédia. Vejo que me estendi um pouco, pois eu quero falar é do meu nome. Quando nasci, minha mãe me achou com cara de Rebeca, depois pensou um pouco e resolveu que eu receberia o nome de Katucha, porém alguém de bom senso achou que o nome seria muito pesado para uma criança tão pequena e que existia a possibilidade de na primeira infância eu ser chamada de Kartucha. Pois minha mãe plantou gardênia. Nunca me contaram quais foram as minhas primeiras palavras, nem como eu pronunciava o meu nome. Eu não consigo imaginar, n a escola deve ter sido um fiasco. Lá pelos dez anos me perguntavam qual origem de meu nome e eu respondia, a flora. Isso me dava um ar de superioridade e a meninada não entendia mas ficava embaraçada. A medida que fui crescendo devo ter ficando cara de gardênia e hoje eu gosto de ser gardênia, até plantei um pé de gardênia no meu jardim. Pois foi na época de aprender a gostar e me fazer respeitar meu nome que a minha mãe acentuou sua mania de encarnar os personagens de romance. Minha dificuldade em saber se naquele momento ela estava incorporada por Margarite ou Rebeca. O duro era quando ela resolvia ser a Ana Karenina! Pois aí eu pensava, ela é tão perfeccionista e se ela resolve se atirar nos trilhos do trem, como vamos ficar? Três órfãs de pai e mãe? Com o passar dos anos fui perdendo este medo, pois quando ela teve que enfrentar a menopausa precoce, como ela sempre disse. Ela teve a última filha com 38 anos, ela desmaiava. Era terrível, pois ela encostava na parede e deslizava para o chão, ou caia deitada no sofá. Nunca caiu em qualquer lugar, só em lugares adequados. Aí ela já estava casada novamente, a filha foi do último casamento dela. Como deve dar para ver a minha infância e adolescência foram sem dúvidas atribuladas. Aos doze anos, minha mãe mandava confeccionar uns corpetes de tecido branco duro coberto de renda de algodão. Segundo ela era para deixar o corpo bonito, porém a coisa não funcionou e meus seios ficaram com formato de ovo frito. Eu até gostava daquela armadura. É que eu sou resiliente. Só fui descobrir isso na meia idade. Penso que na época eu era “resistente mesmo”. Pois a vida foi seguindo o seu curso e eu fui acumulando cicatrizes que a vida fez. Não sei se hoje posso me comparar a uma colcha de retalhos de tão emendada. Algumas vezes penso que devo ser uma porcelana quebrada e solada, meio craquelet. Como fui muito mal resolvida com meu pai, eu me tornei mal resolvida com os homens. Sabe aquele tipo que atrai tudo o que ruim e pode se machucar emocionalmente? Casei com um homem prepotente e egoísta, não saí do casamento porque sou preguiçosa. Certas atitudes exigem muito empenho e não tenho selo de garantia. Casamento não tem seguro de vida!É tudo muito complicado, pois fui ficando por acomodação, pois agora que eu estava pensando “ora, tanto faz como tanto fez”, eu acordei dando uma guinada na minha vida. Estou cheia de planos e sonhos, e sei que vou me realizar, é só estar no local certo na hora certa. Sonhar certa altura da vida é salutar, tenho nas mãos um leque de opções, vou ter muitas histórias para contar. Logo eu que era considerada a ovelha má da família, eu era, ou melhor, eu sou isso sim! Uma ovelha desgarrada de seu rebanho, porém isso é outra história. Nem sempre uma ovelha perdida é infeliz, minhas cicatrizes são minhas vivências. Por hora estou fazendo um retiro espiritual para iniciar a minha empreitada. Vou precisar estar bem espiritualmente carrego uma caixa de boas surpresas, sonhos e certamente muitas realizações. Seguir o atalho não é a melhor saída. É só saber onde vai dar a estrada e haverá sempre alguém disposto a nos ensinar. Gardênia sabe o que deseja, a espera foi longo, mas valeu a pena. Como disse Fernando Pessoa, tudo vale a pena se a alma não é pequena!
Restaurandora de bens culturais, pintora, escultora, ourives, Em 2010 foi classificada em concurso internacional em contos e cronicas, Três livros publicados e uma coletânea do concurso Edições AG. Mora em Florianópolis, na ilha, casada, três filhos, gosta de animais domésticos, de cultivar plantas, reunir os amigos, viajar, leitura, cinema, e a paixão de escrever.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Olhar Felino - Teresa Santos

E de repente aquele olhar, visto há tantos anos, estancou na minha memória.
Felinos. Verdes. Atravessaram os meus castanhos em uma esquina qualquer no interior de um shopping center.
Eram sagazes, maliciosos. Os poucos segundos - que nos olhamos de chofre - foram suficientes para eu sentir um frio na coluna.
Cabelos negros, revoltos, à altura dos ombros e aqueles dois faróis istigando o que eu pensava.
Naquele momento me senti uma gazela acuada que foge quando o predador se aproxima.
Quem seria ele? Nunca soube.
No entanto, aquels olhos me rondam quando estou distraída e novamente um calafrio percorre meu corpo.
 
 
Teresa Santos, 60 anos, paulistana. Aposentada, mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta de estudar idiomas, de viajar, de ler  e de observar o mundo. Considera o ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à vida  e se considera uma pessoa feliz.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Quebra de paradigma - Nilson Ribeiro

   Os dias têm sido de uma sequência linda, há muito não chove.
   E hoje também amanheceu assim, com céu azul de brigadeiro; a Lua, totalmente cheia pode ser vista para os lados do poente, bem clarinha, convivendo ainda por alguns momentos com o Sol, que surge alaranjado, diametralmente oposto sobre uma distante cordilheira.
   Em dias assim dá vontade de ser feliz, sair por aí absorvendo toda essa energia que emana da natureza, querendo tornar duradoura essa fugaz paz matinal.
   Hoje, em pleno domingo e já estou cedo fora da cama, hábito adquirido durante anos e anos de trabalho na indústria. Já não consigo dormir até mais tarde como gostaria em alguns dias, principalmente quando chove e como acontecia gostosamente na minha infância. Hoje, porém, sei que valerá a pena; iremos daqui a pouco ao sítio de um grande amigo para um belo churrasco. Só estou esperando minha esposa e filha acordarem.
   Vai ser tão bom poder colocar os pés em contato com a terra, sentindo a maciez da grama molhada pelo orvalho recente no campinho ao lado da churrasqueira, saboreando uma tenra fatia de picanha mal passada, tomando uma cervejinha gelada entre um bom papo, algumas piadas e outras tantas amenidades. Impossível não querer conciliar essas coisas boas, todas juntas num dia como esse, todo ensolarado.
   Inopinadamente porém, me bate uma preocupação, causando um frio no estômago, pois temos vivido atualmente sob o império da lei seca, acossados até após um inocente bombom de licor.
   Como ficará  a volta pra casa depois daquela cervejinha no sítio, depois do reencontro agradável com os amigos ?
   Tirei minha carteira de habilitação de forma profissional em plena flor da idade, aos 18. Trago no meu currículo mais de 40 anos no trânsito com a marca invejável de zero acidente, isso apesar do tanto de "barbeiros" com quem cruzo diariamente. Difícil conceber, não ? Mas é a pura verdade. Jamais me envolvi em qualquer batida, sempre me livrando de tudo, de muita situação difícil utilizando a direção defensiva como regra principal.
   Tive evidentemente um grande mestre na auto-escola, Seu João, instrutor de primeiríssima qualidade, que muito me ensinou.
   Multas mesmo, umas poucas por estacionamento proibido, nessa cidade de poucas vagas, e um ou outro "pardal" de 60 Km, me filmando escondido por detrás de uma árvore frondosa.
  Nem me imagino portanto parando numa blitz e perdendo minha carteira por haver bebido algo além de 2 copos de cerveja, única bebida alcoólica que gosto de fato, nem imagino !
   Compreendo que tem havido muito acidente no trânsito, nem todas entretanto foram causadas por excesso de velocidade ou embriaguez ao volante, acredito que a maioria ocorreu por pura imperícia mesmo. Mas o que falta de verdade é uma lei eficaz na hora de punir cada crime, seja de que espécie for, com bebida ou não. E não assim, na base do terror...
   E me conformo menos ainda quando penso na impunidade que rola em todas as esferas do país. Políticos cometendo toda sorte de falcatruas, lesando os cofres públicos, prejudicando irremediavelmente a nação, sobretudo a massa pobre e trabalhadora que os põe lá através do voto, candidatos tão iguais e sem caráter; gente influente com filhos figurando descontraidamente nas listas dos homens mais ricos do país e quiçá do mundo. Ou até aqueles que valendo-se da cargos de confiança, enriquece da noite para o dia através de negociatas utilizando-se do dinheiro público. Corruptos e corruptores continuam por aí. E nada se faz p/ acabar com tamanha vergonha.
   Contra o cidadão comum as leis são duras, preventivas e postas em prática num relâmpago, como essa tal lei seca.
   Um verdadeiro "band-aid" justiceiro.
   Contra os poderosos protela-se, protela-se, num corporativismo medonho. Vejam como exemplo a lei da ficha limpa. Todos continuam no poder,na maior cara de pau !
   Por que não tratar com o mesmo rigor da lei seca os demais crimes, aplicando multa pesada, apreensão de documento, cassação de direito e até prisão !
   As drogas ditas ilícitas estão aí, convivendo livremente na sociedade, imensas cracolândias a céu aberto, cartéis de corruptos comprando todo mundo, todos tem seu preço, dizem nessas rodas; fomentando o tráfico de armas, celulares aos montes nos presídios, polícia inoperante...
  Alguns poucos trabalhando seriamente,sem vulto porém diante do desonesto quadro geral.
   Assaltos à luz do dia ao cidadão de bem, furtos mil, pequenas empresas, bravos comerciantes como esse meu amigo, pagando extorsivas taxas e impostos sem fim, sem segurança alguma pra trabalhar, convivendo com o medo diário e contínuo da morte nas mãos de um bandido qualquer, que se por um acaso vai preso num dia, noutro já está solto nas ruas por força de liminares, erros e brechas  no sistema judiciário.
   Por que não tratar tudo com o mesmo rigor ?
   Eh país extremamente injusto !
   E isso se estende e se aplica também ao nosso sistema previdenciário...
   Dos 23 milhões de brasileiros aposentados, a grande maioria, cerca de 70% recebe apenas o salário mínimo, ficando então a outra parcela, a privilegiada, responsável pelo rombo da previdência, numa rematada injustiça social.
   A iniciativa privada é uma furada; aposenta-se depois de 35 anos de contribuição, e com tão baixo rendimento que o jeito é continuar na ativa até o fim dos dias...
   E ouvindo ainda a desfaçatez de que o salário mínimo, o do povão, não pode subir, pois a previdência não aguenta, tá quebrada, com rombo cada vez maior.
   Por que simplesmente não se corrige os desvios absurdos, não é mesmo ?
   Ah ! A tão famosa mudança de paradigmas. Quase impossível nesse caso.
   Pensando nisso meu dia começa a estragar como se uma nuvem negra cobrisse o Sol por inteiro, colocando um tom cinza em tudo.
   Lembro-me de novo da lei seca, a única que teria que transgredir de forma consciente nessa minha vida impoluta, se quisesse ainda me divertir um pouco nesse domingo.
  Na verdade queria apenas poder ser livre, cuidadosamente livre ao tomar minhas tres cervejas ao longo do dia, só isso, não mais que isso e assim sendo, poder responder por qualquer dos meu atos se viesse a prejudicar alguém. Mas não é bem assim...
  Ninguém é detido por ser um potencial assaltante, é ?
  Pergunto-me ainda por que o sistema de saúde não se vale também de medidas preventivas, ajudando o povo a não ficar doente, seja por alcoolismo, tabagismo e outros tantos ismos, erradicando vícios, educando-o desde o início ?
   Mas não, educar não é o que importa no país, o sistema instituído precisa de dinheiro, muito dinheiro fácil, pois existem outros interesses em jogo; há então que se multar, arrecadar, arrecadar como numa colônia. E sempre haverá um legislador, olhar duro e inflexível, inflando o peito com empáfia, com aquela justificativa célebre que uma lei pra dar certo tem que doer no bolso do cidadão, do cidadão sim, que jamais reage. Só assim !
   Fico arrasado diante de tanta "sacanagem"...
   Resolvo então ficar em casa nesse belo dia de Sol, não ir a churrasco algum correndo o risco de cair numa blitz, tendo que encarar um policial cumpridor do seu dever, sorridente e simpático, mas com o bafômetro, bloco e caneta na mão, me autuando e automaticamente tirando minha carteira de habilitação, um dos raros resquícios da minha bela juventude.
  Tenho que forçosamente quebrar meu paradigma !
  Decido portanto não infringir a lei, vou ligar para o meu amigo declinando do convite, agradecendo por tudo e adiando uma vez mais nosso ansiado encontro.

Nilson Ribeiro, poeta ao acaso desde menino, fluminense de 57 anos, dos quais 42 de labuta, lidando com gente de todo quilate, fiz disso inspiração diária pra aguentar os trancos da vida.

Encontro com os Gorilas. Eles observam e tocam o homem que os estava filmando

Via Antonio Carlos

sábado, 17 de março de 2012

Diário de um cinquentão na academia

Acabei de completar 50 anos.
Minha mulher resolveu me presentear com uma semana de treinamento físico numa boa academia. Estou em excelente forma, mas achei boa ideia diminuir minha “barriguinha”. Fiz a reserva com a “personal trainner” Cida, instrutora de Aeróbica e modelo. Ela me pediu pra levar um diário e documentar meu progresso, que vem seguir:
Segunda:
Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena.
Cida parecia uma deusa grega: loira, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural. Inicialmente, Cida me fez um tour, mostrando os aparelhos. Comecei pela bicicleta. Ela me tomou o pulso, depois de 5 minutos e se alarmou, pois estava muito acelerado. Não era a bicicleta mas ela, vestida com uma malha de lycra coladinha. Desfrutei do exercício.
Ela me motiva muito, apesar da dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela passava perto de mim.

Terça:
Tomei café e fui para a academia. Cida estava mais linda que nunca. Comecei a levantar uma barra de metal. Logo ela se atreveu a por mais pesos!!! Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui completar UM QUILÔMETRO. O sorriso arrebatador que Cida deu me convenceu de que todo exercício valeu a pena… era uma nova vida para mim.
Quarta:
A única forma como consegui escovar os dentes, foi colocando a escova sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Dirigir também não foi fácil: esticar os braços para mudar as marchas era um esforço digno de Hércules, doía o peito, e minhas panturrilhas ardiam toda vez que pisava na embreagem. Fisicamente impossibilitado, achei justo estacionar meu carro na vaga para deficientes físicos… Cida hoje estava com a voz um pouco aguda a essas horas da manhã e quando gritava me incomodava
muito. Meu corpo doeu inteiro quando ela me colocou uma cinta para fazer escalada. Porquê “catzo” alguém inventa um treco para se escalar quando há tempos já inventaram os elevadores? Cida me disse que isso me ajudaria a ficar em forma e desfrutar a vida… ou alguma outra dessas merdas de incentivos.

Quinta:
Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para colocar os sapatos. Cida estava me esperando com seus odiosos dentes de vampiro escroto. A desgraçada me colocou para trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, saí correndo e me escondi no banheiro. Mandou um outro treinador filha da puta me buscar e, como castigo, me pôs a trabalhar na máquina de remar… me fodi!
Sexta:
Odeio a desgraçada da Cida. Estúpida, magra, anêmica, chata e feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que pudesse se mover sem uma dor angustiante, eu partiria no meio a vaca que pariu essa desgraçada xexelenta. Cida quis que eu trabalhasse meus tríceps… EU NEM SEI O QUE É ESSA P%#& DESSE TRÍCEPS, C$%¨&*&!!! E se não bastasse me colocar o peso para que o rompesse, me colocou aquelas merdas das barras… A bicicleta me fez desmaiar e acordei na cama de uma nutricionista, outra idiota com cara de mau comida que me deu uma catequese de alimentação saudável, claro.
P&*¨ QUE PARIU !!!!!!!!

Sábado:
A lazarenta da Cida me deixou uma mensagem no celular com sua vozinha de lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui. Só com a vozinha me deu vontade de quebrar o celular, porém como não tinha força suficiente para levantá-lo, desisti… Adoraria passar o dia vendo TV jogado na cama, mas quem disse que conseguia apertar os botões do controle remoto.
Domingo:
Pedi ao vizinho para ir à missa por mim agradecer ao bom Deus por essa semana que terminou. Também rezei para que o ano que vem minha mulher me presenteie com algo um pouco mais divertido, como um tratamento dentário de canal, um cateterismo ou até mesmo um exame de próstata. 

Desconheço o autor

quarta-feira, 7 de março de 2012

Simplesmente Mulher! por Ana Maria Reis Campos


"Talvez os sexos estejam mais relacionados do que cremos, talvez
a grande renovação do mundo consista em que o homem e a mulher
livres de falsos sentimentos e inibições se busquem um ao outro, não
como opostos, mas como irmão e irmã, como vizinhos, como amigos
e se reúnam como seres humanos para, simples e seriamente, suportar
em comum o difícil sexo que foi depositado neles."( R. M.Rilke)



                    Simplesmente Mulher!



Na luta diária pela sobrevivência, empunhando a bandeira da liberdade, resgatando os seus direitos, na busca incessante de seus ideais, ressurge e inova a mulher deste milênio.
Esculpida pelas transições e preconceitos, a sociedade se transformou, projeta em todos os seus segmentos, a presença bela e marcante da mulher, que se transcendeu e chega aos dias de hoje com o devido respeito e papel, que lhe é pertinente e merecido pelo corpo social.
A participação da mulher na economia é uma necessidade objetiva de toda a sociedade, assim como, uma condição indispensável para a libertação da própria mulher. A luta não é fácil, porque estamos tratando de transformar idéias seculares.
Cabe a nós, mulheres, a responsabilidade de transmitir e modificar o mundo com competência ( atributo natural da maturidade) e determinação; fortalecer os grupos e entidades; trabalhar com fidelidade, dedicação e sobretudo com "Ética, em todos os aspectos da vida.
Em todos os tempos, haverá mulheres de destaque, a renovar, inovar e exigir a nossa presença, procurando vencer os obstáculos, que nos são propostos. Como já dizia Marilyn Monroe:
"Algumas vezes me convidavam a certos lugares para adornar um jantar, como se convidaria um místico para que tocasse piano após o jantar. E uma pessoa percebe quando não é convidada por si mesma, mas que é considerada como objeto de decoração".
Dia 08 de março é a data, que se comemora e enaltece a mulher. De mãos dadas, unidas e ungidas em um mesmo ideal, cantemos uníssonas: "salve o símbolo da paz e do amor: a Mulher!"
É nosso dever valorizar o ser humano, os direitos e garantias de cada indivíduo, corroborados na dignidade do ser humano e demonstrar que, com fé, solidariedade e fraternidade, nosso solo será fértil, fecundo e germinará o amor e o espalhará por toda a terra. Assim já insurgia a famosa Simone de Beauvoir:
"É suficiente transformar as leis, instituições e os costumes, a opinião pública e todo o contexto social, para que os homens e as mulheres se convertam realmente em iguais?"
E ainda, como já dizia a ex - ministra da Inglaterra, Margaretch Tacher, em um de seus discursos, onde declara um panegírico à mulher, com muita coragem e exatidão: "Se você precisar de alguém que fale, chame a um homem. Se você precisar de alguém que faça, chame a uma mulher". Assim será no mundo inteiro. As mulheres fazem, transformam os acontecimentos e ainda formam e sustentam a base de todas as famílias, educando - as e inserindo - as em toda a sociedade.
Há santas como Terezinha do Menino Jesus, que deixou a história de uma alma. Religiosa, que soube amar a Deus e fazer o Bem na terra. No mesmo sentido, também temos, Madre Tereza de Calcutá, que nos irradia tanta beleza e sabedoria. Todavia já indagava George Sand, o espírito feminino:
                                 "Serás tu para mim um apoio ou um amo?...Acaso te educaram na convicção de que as  que as mulheres não têm alma?...Serei tua companheira ou tua escrava? Me desejas ou me amas?".
Na história política da Argentina, também temos a figura marcante de Evita Perón, que símboliza o mito (a existência da individualidade no fato da história) da mulher, que soube amar e trabalhar para o seu povo. Se fossemos enumerar as inúmeras façanhas das mulheres não haveria espaço o suficiente, pois seria muitas das vezes discorrer sobre o nascedouro de um Homem. E o mundo se torna pequeno perante a inteligência, a coragem e a determinação das mulheres.
E por esse contexto, já salientava a brilhante Virginia Wolf,que:"Se vivemos mais um século, e falo da vida comum, que é a real, não de nossas pequenas vidas separadas, que vivemos individualmente e dispomos de nossa renda anual e de nosso espaço habitável individual e nos acostumamos à liberdade e ao valor de escrever exatamente o que pensamos...se enfrentamos o fato, porque é um fato, de que relacionamos com o mundo da realidade e não apenas com o dos homens e mulheres, então teremos chance...e então aquela irmã poeta, que Shakespeare teve sem que ninguém soubesse, poderá voltar a nascer e escrever suas poesias...e por isto vale a pena que nós trabalhemos agora, mesmo na pobreza e na obscuridade."
Liberdade!... valeu a pena esperar...Fazemos parte do universo, que veio ao mundo para aprender a amar e servir.
Parabéns amigas e mulheres do nosso Brasil, e do mundo inteiro!!


A. M. R. Campos
Natural de Uberaba - MG, reside em Ituiutaba MG - Professora, formada em Licenciatura em Letras pela UEMG. Pós - graduação em Filosofia.

terça-feira, 6 de março de 2012

Olhar Urbano - Saudade, Teresa Santos

Ando particularmente saudosa.
Talvez devido à idade. Depois dos 60 a velhice me ronda, embora eu não a tema nenhum pouco. Muito pelo contrário.
No entanto, percebo que estou mais introspectiva e que a alegria de sempre começa a ser menos constante.
Nunca tive os famosos traumas à chegada dos 30, 40, 50 anos.
Mas estes 60 anos mexem, de certa forma, comigo.
A saudade que hoje sinto está particularmente ligada à infância. A melhor época de minha  vida.
Saudade de um tempo em que a minha única obrigação era estudar e tirar notas boas.
Saudade das brincadeiras infantis e que – infelizmente – hoje as crianças desconhecem.
Saudade de subir na goiabeira, que teve de ser podada por causa de um vizinho carrancudo. Lembro-me que chorei muito no dia em que ela veio abaixo. Mas com o tempo voltou a ter belas folhagens, embora frutos bem poucos.
Saudade da amoreira onde eu me escondia para deixar os entes queridos à minha procura.
Saudade dos banhos de chuva,  apesar dos protestos de minha mãe. Gostava (e até hoje gosto) de sentir aqueles grandes pingos caindo  sobre mim. Meu pai os chamava de “quatro centões” referindo-se a uma antiga moeda.
Saudade dos folguedos... amarelinha, passa-anel, peteca, tamborete, bolinhas de gude,lenço atrás,cabra cega, corrida de saco.
Saudade de andar de bicicleta e ter aquela sensação da primeira vez que andei sozinha sem o apoio de ninguém. Saudade daquele vento no rosto em uma tarde de domingo onde o sol tímido desaparecia dando lugar à noite. Lembro-me direitinho daquele momento. Tinha sido contagiada por uma grande alegria.  Agora também sabia andar de bicicleta.
Depois vieram os patins de quatro rodinhas. Eram emprestados por uma vizinha que residia em frente à minha casa. Quantos tombos eu levei. Quantas vezes os joelhos eu ralei. Mas também aprendi a me equilibrar de tal forma, que sabia andar melhor do que a própria dona.
Saudade de descer a Rua Tonelero, com o meu irmão, em um carrinho de rolimã e que foi feito por ele e meu pai. Parecíamos dois doidos subindo e descendo com aquele carrinho pintado de verde cor preferida de minha mãe e do meu irmão Palmeirense quase fanático.
Saudade de comer doces da venda do “Seu Germano” um simpático italiano que marcava em um caderninho as guloseimas por mim compradas e que eram pagas no final do mês pelo meu avô paterno.
Adorava saborear pé de moleque, paçoca, geleia de mocotó, chupeta com sabor de groselha, machadinha , puxa-puxa que certa vez arrancou um dente de leite meu.
Saudade de Nha Benta, o famoso DanTop que comíamos na Kopenhagen, minha mãe e meu irmão depois de irmos ao dentista.
Ela dizia que ia doer e que se não fizéssemos escândalo nos compraria Nha Benta.
Hoje vejo a incoerência e acho graça. Saíamos de um dentista para saborearmos um doce. Mas mesmo assim, minha mãe sabia das coisas. Nunca tivemos medo de dentista, de injeções, de tomar alguma medicação como o detestável óleo de figado de bacalhau. Minha mãe sempre foi sincera conosco. Não colocava panos quentes. Sim...ia doer. Sim...ia machucar um pouquinho... E nós crescemos sem ter praticamente medo de nada
Outras saudades se acumulam em meus pensamentos.
Dentre elas uma em especial: a saudade do odor da boneca novinha saída da caixa em uma manhã de Natal. Até hoje consigo sentir aquele cheirinho e que não é igual ao das bonecas de agora.
Saudade da alegria de ver o ovo de Páscoa debaixo da cama dentro de um grande ovo de madeira, coberto com um tecido cheio de coelhinhos. Ovo de madeira que meu avô paterno habilmente nos fez.
Saudade...saudade...saudade...
Quem me dera eu poder voltar no tempo! Parar o tempo.
Mas sei que isso é impossível . O tempo não para, já cantava Cazuza.
E então a saudade fica retida na memória e quando me sinto um tanto quanto intranquila, resgato aquelas imagens. Como faço agora
 
 
Teresa Santos, 60 anos, paulistana. Aposentada, mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta de estudar idiomas, de viajar, de ler  e de observar o mundo. Considera o ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à vida  e se considera uma pessoa feliz.

A história do obelisco da Praça São Pedro em Roma, Itália

 

Obelisco Aqua Alle Funni

segunda-feira, 5 de março de 2012

Sentir-se amada, Martha Medeiros

Martha MedeirosO cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Via Teresa Santos

Blog do Oracy

O chefe da matilha

domingo, 4 de março de 2012

Leona Lewis - I Will Always Love You


Leona Louise Lewis, mundialmente conhecida simplesmente como Leona Lewis, (Londres, 3 de Abril de 1985), é uma cantora e compositora britânica de pop e R&B, que alcançou o o sucesso após participar e ganhar na terceira temporada da série da televisão britânica The X Factor. Logo no início de seu carreira, Leona recebeu três indicações ao GRAMMY Awards e, possui uma estatueta do Ivor Novello Awards, duas do MOBO Awards, um MTV Asia Awards, um MTV Europe Music Awards, dois World Music Awards e dois Virgin Media Awards.

Uma mulher do Brasil!, por Aglaé Gil

Uma mulher
brasileira
tem nas veias
o sangue trágico
das almas que
buscam
a alegria
em qualquer situação.

Mulher brasileira

é lutadora,
é guerreira,
é dona de seu destino
porque está
em meio a uma
grande nação de
homens que se abstêm
de compartilhar
filhos e dividir
responsabilidades.

Tudo isso é fato.

Em qualquer lugar
do Brasil,
de norte a sul,
porque o Brasil
é imenso, também em termos
de gente,
as mulheres têm um mesmo
ímpeto de vida
que as leva e as carrega,
assim como elas
carregam a própria vida.

Depois, quando de repente

param,
percebem que carregaram
consigo também o tempo.

E, se acumularam

cabelos brancos e
tantas marcas no rosto,
principalmente
as filhas do Nordeste
sofrido e árido,
um sorriso doce
e um olhar que enxerga
a vida com sabedoria,
elas respondem, implacavelmente,
quando questionadas
sobre a razão
de sua longevidade:

Não se chega a lugar algum,

não se vence batalha,
não se ganha posições
tampouco beleza,
se não se aprende, dia após dia,
a ser maleável,
a usufruir a doçura
do perdão,
da compreensão,
do servir a seres humanos
com o peito aberto
e calejando as mãos...

Pois, a natureza nos ensina

há tempos, que até os mais
duros metais
podem se fundir e,
por isso, devem se tornar maleáveis.

A vida transige,

porque é sábia.

Uma mulher de verdade,

também.

Aglaé Gil,  de Curitiba – com formação em revisão e produção de textos; pesquisadora de História e Literatura; aprendiz de viver; poeta;mãe; cidadã. [não necessariamente nessa ordem]

sábado, 3 de março de 2012

Fundação para livros em braile completa 65 anos


Dorina Nowill, a pedagoga que ficou cega aos 17 anos e foi a primeira deficiente visual a estudar em uma escola regular, criou a fundação com um grupo de amigas. A instituição tornou-se a maior editora de livros em braile da América Latina.