Todos sabem que o dito popular “A mentira tem perna curta” faz sentido na vida real. Mesmo assim, mentir tornou-se algo comum no dia-a-dia. Atire a primeira pedra quem nunca fez um falso elogio ou não deu alguma desculpa esfarrapada. Mas quem entende do assunto garante: a verdade deve prevalecer em qualquer circunstância.
“Do ponto de vista emocional a mentira suscita uma dinâmica de sofrimento, assim como tende a gerar distancia entre as pessoas”, afirma o psicólogo Wallace Hetmanek. Segundo o especialista, apesar de mentirmos por diferentes razões, quase sempre esses motivos estão relacionados a uma sensação de fragilidade ou insegurança. Ou seja, na maioria das vezes as pessoas mentem por imaginar que seria insuportável lidar com as conseqüências da verdade ou por receio de não ser capaz de revelar algo específico a determinada pessoa. Ainda temos aqueles que mentem para não colocar em risco a imagem que querem passar.
Hetmanek afirma que a mentira pode ser dividida em três níveis de acordo com o alcance social do mal estar causado. O primeiro nível ocorre quando a mentira se restringe a um número reduzido de pessoas e provoca uma sensação de mal estar apenas nos envolvidos. Num segundo nível, o mal se estende a um grupo maior que passa a comentar a mentira. Nestes casos, as conseqüências podem ser mais graves. Já o terceiro grau da mentira, atinge pessoas próximas aos envolvidos e a história repercute de forma repetida entre muita gente. “Esse último nível pode causar danos irreparáveis e, muitas vezes, acabar com um final trágico”, diz.
Mas, por que contar a verdade não é tarefa tão simples quanto parece? Segundo o psicólogo, porque acreditamos que é político ser mais flexível quando nos sentimos ameaçados. No trabalho, por exemplo, mentimos quando imaginamos que podemos ser demitidos caso nossa opinião seja diferente da decisão da diretoria. Em casa, não contamos a verdade, geralmente, para não desagradar aos pais. “Em geral, é difícil falar a verdade porque além de fantasias pessoais, nos sentimos coagidos por ameaças feitas pelos que não toleram encarar determinada opinião.”
Mentira na infância
Diferente dos adultos, as crianças são sinceras por natureza. Por outro lado, afirma a escritora e psicóloga, Olga Tessari, é na infância mesmo que aprendemos a mentir. “A criança percebe dentro de casa as vantagens da mentira. Se ela negar sua culpa por algum deslize que cometeu, pode se livrar do castigo”.
Diferente dos adultos, as crianças são sinceras por natureza. Por outro lado, afirma a escritora e psicóloga, Olga Tessari, é na infância mesmo que aprendemos a mentir. “A criança percebe dentro de casa as vantagens da mentira. Se ela negar sua culpa por algum deslize que cometeu, pode se livrar do castigo”.
Outra maneira de aprender a mentir é observando as histórias inventadas pelos pais. “Quando a mãe pede ao filho pra falar que ela não está em casa, no caso dela não querer atender o telefone, por exemplo, a criança vê o fato como natural e repete isso no futuro sem culpa”, conta. Assim, se a criança cresce em meio a mentiras, ela tem mais chances de se tornar um adulto mentiroso, tanto dentro de casa como no trabalho e relações sociais.
Pensar duas vezes antes de mentir é uma boa saída para evitar conseqüências piores. Manter a coerência entre pensamentos e ações também pode garantir uma vida mais saudável. “Avalie e assuma as consequencias dos seus atos. Saiba que ao mentir conduzimos nossas relações para uma direção de afastamento. Pode existir um alívio momentâneo, mas, um dia, seremos cobrados por nós mesmos”, conclui Hetmanek.
Mariana Teodoro
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