Que Praça Tahir que
nada, Ocuppy Wall Street é passado, que indignados conseguem chamar mais
atenção para suas causas? Entre as novas formas de manifestações e
protestos na era digital, a mais sensacional é o coletivo ucraniano
Femen. Mulheres lindas, louras e nuas, ou quase, protestando em via
pública pelas mais variadas causas, não necessariamente feministas. De
peito aberto, elas gritam contra a corrupção, as fraudes eleitorais, a
violência contra mulheres, a prostituição, e ganham espaços
espetaculares na mídia planetária. Os policiais encarregados de
reprimi-las ficam nervosos e cheios de dedos, elas esperneiam e gritam
enquanto eles tentam cobrir a nudez ultrajante com a manta da
hipocrisia. Epa! Nudez ultrajante? Manta da hipocrisia? Menos,
colunista, menos.
As manifestações começaram em Kiev, mas as
garotas do Femen ficaram tão famosas que até já atuaram como
protestantes-convidadas na Rússia. Se continuarem tão requisitadas para
manifestações na Europa, em breve poderão programar uma turnê
internacional de protestos. Hoje elas são cerca de 300 militantes na
Ucrânia, mas a tropa de choque que vai para as ruas tem 40 ativistas,
não por acaso as mais bonitas e com melhores atributos para a missão.
Logo se abriu outra discussão entre as feministas, sobre a ausência de
barangas no núcleo duro, ou macio, das manifestações. Elas negam e dizem
que já houve até uma sexagenária topless. Mas é exceção, a tática é
mesmo escalar as mais gatas para chamar a atenção. É um bom uso para a
beleza.
Feministas americanas históricas como Betty Friedan e
Germaine Greer ficariam histéricas diante das lourinhas e louraças do
Femen e seus corpos avassaladores. Não se discutem os méritos das suas
causas, mas a eficiência dos seus métodos e práticas, as reações que
provocam. Elas invertem o jogo de mulheres nuas como objetos sexuais dos
homens, e exercem seu poder exibindo o corpo, não como oferta ou
sedução, mas como um veículo de suas vontades. São elas que estão em
controle, aos homens resta ficar olhando e desejando - mas terão delas
apenas as suas palavras de ordem e seus slogans.
Fonte: Jornal O Globo
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