Condutor de biga na Roma antiga acumulou fortuna de US$ 15 bilhões
Os salários milionários e ganhos com patrocínios do golfista Tiger Woods, do jogador de futebol Kaká, do velocista Usain Bolt, do motociclista Valentino Rossi e da tenista Maria Sharapova seriam irrisórios perto da fortuna acumulada pelo analfabeto auriga (condutor de bigas ou carros de cavalos) Gaius Appuleius Diocles, que viveu de 104 a 146 d.C. Ele acumulou um total de 35.863.120 sestércios (antigas moedas romanas) em prêmios, um valor equivalente hoje a US$ 15 bilhões, de acordo com uma estimativa publicada na revista de história “Lapham’s Quarterly”.
Para se ter uma ideia da fortuna de Diocles, ela seria suficiente para fornecer grãos para toda a população de Roma por um ano ou financiar por mais de dois meses o exército romano em seu auge. Ele correu por quase todas as escuderias de sua época: brancos, dos 18 anos aos 24; verdes, dos 24 aos 27; e, por último, vermelhos, dos 27 aos 42 anos, competindo em 4.257 corridas, com 1.462 vitórias e terminando em segundo 861 vezes, conta Peter Struck, professor de estudos clássicos na Universidade da Pensilvânia.
A história de Diocles está escrita num monumento erguido em 146 d.C e eclipsa as fortunas de todas as estrelas do esporte moderno, incluindo Tiger Woods, aclamado pela revista “Forbes” no ano passado o primeiro esportista com fortuna em bilhões.
E a vida de um condutor de bigas na Roma antiga não era fácil. As corridas, segundo Struck, eram disputadas de forma selvagem em percursos de até 4 mil metros no Circus Maximus. Depois de sete voltas, aqueles que não estavam mortos e terminavam entre os três primeiros levavam os prêmios. Os aurigas mais experientes tinham a difícil missão de conduzir carros com três ou até mais cavalos, como o ator Charlton Heston na famosa corrida de bigas do filme “Ben-Hur”.
Para praticar esse esporte, os condutores usavam capacete de couro, caneleiras, protetor de peito, uma camiseta, um chicote e uma faca afiada para as cortar as rédeas se a carruagem capotasse. Embora não pudessem ter patrocínios em seus capacetes ou chicotes, eles contavam com apoio de equipes, como na Fórmula 1. Diocles ganhou com um mesmo cavalo, Pompeianus, 200 vezes. E apesar de um outro auriga, Pompeius Musclosus, ser o maior vencedor de todos os tempos, com 3.599 vitórias, ele tornou-se o mais rico de todos porque ganhou muito dinheiro nos eventos que pagavam mais.
Um comentário:
Era Lusitano...
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