Nascer com uma dentição alva como o leite é questão de sorte. Mas com uma ajuda do dentista é possível apagar o sorriso amarelo sem comprometer a saúde.
Clarear os dentes deixou de ser privilégio das celebridades ou dos endinheirados. Hoje sobram clínicas a preços acessíveis capazes de dar um novo colorido ao sorriso. E os candidatos andam cada vez mais exigentes: "O advento do clareamento mudou o padrão do que é considerado branco", ressalta Marcelo Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.
Não à toa, a procura pelo tratamento cresce cerca de 15% ao ano. Mas, se o procedimento fi cou mais barato e as técnicas mais modernas, ele ainda não está livre de riscos. Se for inadequado, induz a hipersensibilidade e problemas no esmalte, como a erosão. Por isso, só deve ser feito sob orientação profi ssional.
Não existe um clareamento para todos. Características individuais determinam tipo, tempo de duração e concentração dos produtos utilizados. Com esses cuidados, a probabilidade de a dentição chiar diante de uma bola de sorvete, por exemplo, se torna mínima. A questão é que as substâncias usadas liberam radicais livres na boca, o que poderia, em tese, potencializar danos já existentes. Como a região está exposta a substâncias cancerígenas, como o tabaco, sem falar na radiação solar e em vírus, células defeituosas poderiam ganhar um empurrão para virar lesões cancerosas com o excesso de produtos clareadores.
"Os clareadores são cocarcinogênicos", diz Rafael Mondelli, professor da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo. Ou seja, podem favorecer a formação de tumores. Ninguém, no entanto, vai desenvolver a doença só por ter se submetido a uma sessão de branqueamento. No entanto, vale um alerta para a turma que já faz parte de um grupo de risco — sobretudo fumantes e aqueles com histórico familiar de câncer de boca ou esôfago.
Atualmente há dois tratamentos consagrados: um feito no consultório e outro que a pessoa executa por conta própria. Ambos utilizam as mesmas substâncias, mas em concentrações diferentes: o peróxido de hidrogênio, mais usado em consultório, e o de carbamida, mais comum nas opções, por assim dizer, caseiras. Essa dupla clareadora, diga-se, tem um parentesco próximo com a água oxigenada. Em contato com o dente, ela se degrada e libera íons de oxigênio que penetram no esmalte, a camada mais superficial do dente, chegando até a dentina, a parte dura. Lá ocorre a oxidação das moléculas de pigmentos, que vão fi cando minúsculas até serem absorvidas e eliminadas.
O método realizado em casa é o mais popularizado. Nesse procedimento, é feito um molde da boca no dentista e o indivíduo sai dali com uma placa de silicone, a moldeira. Com o auxílio de uma seringa, ele próprio aplica o produto por duas a três semanas. Hoje ninguém precisa passar a noite com o acessório. Basta fi car apenas algumas horas — em alguns casos, 30 minutos por dia. "Nesse período, acompanhamos o paciente semanalmente", diz o dentista Luis Calicchio, do Ateliê Oral, em São Paulo.
Mas, para Rafael Mondelli, o clareamento levado a cabo nos consultórios é mais seguro. "O profissional consegue proteger os tecidos moles da boca e evitar o contato com o produto e sua deglutição", explica. Duas sessões de até duas horas são o sufi ciente para obter o resultado desejado. Nesses casos, o dentista costuma usar algum tipo de luz para acelerar o processo através do calor, lançando mão de laser, LED (luz emitida por diodo), uma combinação de ambas, entre outras.
O laser já foi alvo de discussão ao ser acusado de aumentar a sensibilidade dentária. "Esse tipo de problema não ocorre quando se usa a luz certa na medida certa", frisa Mondelli. Durante o tratamento, quem anseia por uma dentição branquinha em folha não pode ingerir alimentos e bebidas com corantes, como molhos, folhas de alface, refrigerantes, café — e muito menos fumar. Mesmo após o fi m das sessões, o estilo de vida vai determinar a duração do tom encontrado. Em média, ele costuma permanecer entre um ano e meio e dois anos. E não há problemas em repetir o processo depois desse intervalo. No entanto, por incrível que pareça, para muita gente o clareamento não é um bom negócio. A brancura excessiva acaba iluminando características indesejáveis, como dentes muito pequenos ou separados, além de gengivas que fi cam à mostra quando se diz xis. Aí o resultado pode ser um triste sorriso amarelo, de tão sem graça.
Não à toa, a procura pelo tratamento cresce cerca de 15% ao ano. Mas, se o procedimento fi cou mais barato e as técnicas mais modernas, ele ainda não está livre de riscos. Se for inadequado, induz a hipersensibilidade e problemas no esmalte, como a erosão. Por isso, só deve ser feito sob orientação profi ssional.
Não existe um clareamento para todos. Características individuais determinam tipo, tempo de duração e concentração dos produtos utilizados. Com esses cuidados, a probabilidade de a dentição chiar diante de uma bola de sorvete, por exemplo, se torna mínima. A questão é que as substâncias usadas liberam radicais livres na boca, o que poderia, em tese, potencializar danos já existentes. Como a região está exposta a substâncias cancerígenas, como o tabaco, sem falar na radiação solar e em vírus, células defeituosas poderiam ganhar um empurrão para virar lesões cancerosas com o excesso de produtos clareadores.
"Os clareadores são cocarcinogênicos", diz Rafael Mondelli, professor da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo. Ou seja, podem favorecer a formação de tumores. Ninguém, no entanto, vai desenvolver a doença só por ter se submetido a uma sessão de branqueamento. No entanto, vale um alerta para a turma que já faz parte de um grupo de risco — sobretudo fumantes e aqueles com histórico familiar de câncer de boca ou esôfago.
Atualmente há dois tratamentos consagrados: um feito no consultório e outro que a pessoa executa por conta própria. Ambos utilizam as mesmas substâncias, mas em concentrações diferentes: o peróxido de hidrogênio, mais usado em consultório, e o de carbamida, mais comum nas opções, por assim dizer, caseiras. Essa dupla clareadora, diga-se, tem um parentesco próximo com a água oxigenada. Em contato com o dente, ela se degrada e libera íons de oxigênio que penetram no esmalte, a camada mais superficial do dente, chegando até a dentina, a parte dura. Lá ocorre a oxidação das moléculas de pigmentos, que vão fi cando minúsculas até serem absorvidas e eliminadas.
O método realizado em casa é o mais popularizado. Nesse procedimento, é feito um molde da boca no dentista e o indivíduo sai dali com uma placa de silicone, a moldeira. Com o auxílio de uma seringa, ele próprio aplica o produto por duas a três semanas. Hoje ninguém precisa passar a noite com o acessório. Basta fi car apenas algumas horas — em alguns casos, 30 minutos por dia. "Nesse período, acompanhamos o paciente semanalmente", diz o dentista Luis Calicchio, do Ateliê Oral, em São Paulo.
Mas, para Rafael Mondelli, o clareamento levado a cabo nos consultórios é mais seguro. "O profissional consegue proteger os tecidos moles da boca e evitar o contato com o produto e sua deglutição", explica. Duas sessões de até duas horas são o sufi ciente para obter o resultado desejado. Nesses casos, o dentista costuma usar algum tipo de luz para acelerar o processo através do calor, lançando mão de laser, LED (luz emitida por diodo), uma combinação de ambas, entre outras.
O laser já foi alvo de discussão ao ser acusado de aumentar a sensibilidade dentária. "Esse tipo de problema não ocorre quando se usa a luz certa na medida certa", frisa Mondelli. Durante o tratamento, quem anseia por uma dentição branquinha em folha não pode ingerir alimentos e bebidas com corantes, como molhos, folhas de alface, refrigerantes, café — e muito menos fumar. Mesmo após o fi m das sessões, o estilo de vida vai determinar a duração do tom encontrado. Em média, ele costuma permanecer entre um ano e meio e dois anos. E não há problemas em repetir o processo depois desse intervalo. No entanto, por incrível que pareça, para muita gente o clareamento não é um bom negócio. A brancura excessiva acaba iluminando características indesejáveis, como dentes muito pequenos ou separados, além de gengivas que fi cam à mostra quando se diz xis. Aí o resultado pode ser um triste sorriso amarelo, de tão sem graça.
BRANCURA A QUALQUER CUSTO
Há quem seja obcecado pelo clareamento — mesmo com mais riscos do que resultados
Não há mal nenhum em querer ostentar dentes mais claros e brilhantes. O problema é quando essa busca vira uma verdadeira obsessão, levando a pessoa a se submeter a tratamentos sem supervisão profi ssional ou repeti-los antes do prazo. Na Espanha, já se cunhou o termo "blancorexia" para descrever quem sofre dessa mania. Para complicar, o branco total é privilégio de poucos: os dentes têm naturalmente quatro matizes, que se subdividem em quatro tonalidades cada um, entre branco, amarelo, cinza e marrom. Difi cilmente alguém consegue passar de um marrom mais escuro ao alvo. Além disso, o desgaste do esmalte leva à acentuação da cor da dentina, daí que, com o passar dos anos, eles pareçam mais escuros.
QUEM NÃO PODE FAZER
• Grávidas e mulheres que estão amamentando. Os produtos são ruins ao bebê
• Menores de 15 anos, por apresentarem uma dentina menos espessa, sensível a danos
• Pessoas com dentes muito restaurados ou lâminas de porcelana. As substâncias não clareiam restaurações
• Fumantes pesados. No caso deles, é como enxugar gelo. Pode ser indicado só o clareamento em consultório, e não o caseiro com moldeira
CLAREAMENTO POR CONTA PRÓPRIA
Muita gente prefere a farmácia à cadeira do dentista na hora de desbotar o cartão de visita que vai estampado no rosto. Mas os especialistas garantem que o resultado não é o mesmo: os adesivos, apesar de funcionarem, não se adaptam perfeitamente aos dentes de cada um — algo que acontece com a moldeira feita no dentista. Já as pastas, sozinhas, não promovem benefícios visíveis. No máximo, ajudam na manutenção: "São indicadas para prevenir a sensibilidade e preservar os resultados", explica Ana Santoro, coordenadora médica da GlaxoSmithKline Consumo, que fabrica o creme dental Sensodyne Branqueador.
Via Saúde Abril
Há quem seja obcecado pelo clareamento — mesmo com mais riscos do que resultados
Não há mal nenhum em querer ostentar dentes mais claros e brilhantes. O problema é quando essa busca vira uma verdadeira obsessão, levando a pessoa a se submeter a tratamentos sem supervisão profi ssional ou repeti-los antes do prazo. Na Espanha, já se cunhou o termo "blancorexia" para descrever quem sofre dessa mania. Para complicar, o branco total é privilégio de poucos: os dentes têm naturalmente quatro matizes, que se subdividem em quatro tonalidades cada um, entre branco, amarelo, cinza e marrom. Difi cilmente alguém consegue passar de um marrom mais escuro ao alvo. Além disso, o desgaste do esmalte leva à acentuação da cor da dentina, daí que, com o passar dos anos, eles pareçam mais escuros.
QUEM NÃO PODE FAZER
• Grávidas e mulheres que estão amamentando. Os produtos são ruins ao bebê
• Menores de 15 anos, por apresentarem uma dentina menos espessa, sensível a danos
• Pessoas com dentes muito restaurados ou lâminas de porcelana. As substâncias não clareiam restaurações
• Fumantes pesados. No caso deles, é como enxugar gelo. Pode ser indicado só o clareamento em consultório, e não o caseiro com moldeira
CLAREAMENTO POR CONTA PRÓPRIA
Muita gente prefere a farmácia à cadeira do dentista na hora de desbotar o cartão de visita que vai estampado no rosto. Mas os especialistas garantem que o resultado não é o mesmo: os adesivos, apesar de funcionarem, não se adaptam perfeitamente aos dentes de cada um — algo que acontece com a moldeira feita no dentista. Já as pastas, sozinhas, não promovem benefícios visíveis. No máximo, ajudam na manutenção: "São indicadas para prevenir a sensibilidade e preservar os resultados", explica Ana Santoro, coordenadora médica da GlaxoSmithKline Consumo, que fabrica o creme dental Sensodyne Branqueador.
Via Saúde Abril
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