Uma mulher
brasileira
tem nas veias
o sangue trágico
das almas que
buscam
a alegria
em qualquer situação.
Mulher brasileira
é lutadora,
é guerreira,
é dona de seu destino
porque está
em meio a uma
grande nação de
homens que se abstêm
de compartilhar
filhos e dividir
responsabilidades.
Tudo isso é fato.
Em qualquer lugar
do Brasil,
de norte a sul,
porque o Brasil
é imenso, também em termos
de gente,
as mulheres têm um mesmo
ímpeto de vida
que as leva e as carrega,
assim como elas
carregam a própria vida.
Depois, quando de repente
param,
percebem que carregaram
consigo também o tempo.
E, se acumularam
cabelos brancos e
tantas marcas no rosto,
principalmente
as filhas do Nordeste
sofrido e árido,
um sorriso doce
e um olhar que enxerga
a vida com sabedoria,
elas respondem, implacavelmente,
quando questionadas
sobre a razão
de sua longevidade:
Não se chega a lugar algum,
não se vence batalha,
não se ganha posições
tampouco beleza,
se não se aprende, dia após dia,
a ser maleável,
a usufruir a doçura
do perdão,
da compreensão,
do servir a seres humanos
com o peito aberto
e calejando as mãos...
Pois, a natureza nos ensina
há tempos, que até os mais
duros metais
podem se fundir e,
por isso, devem se tornar maleáveis.
A vida transige,
porque é sábia.
Uma mulher de verdade,
também.
Aglaé Gil, de Curitiba – com formação em revisão e produção de
textos; pesquisadora de História e Literatura; aprendiz de viver;
poeta;mãe; cidadã. [não necessariamente nessa ordem]
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