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sábado, 28 de julho de 2012

Cadeira de Balanço - Teresa Santos


Todas as vezes que vejo a imagem de uma cadeira de balanço lembro-me da tabuada.
O que tem a ver uma coisa com a outra?
Minha mãe, que tinha psicologia infantil nata, aliou o folguedo à uma matéria que nem sempre teve a minha admiração: a matemática.
Conforme sempre cito aos amigos:
- O meu negócio é lidar com a palavra.
Ela, então, lavava roupa na área de serviço e eu ficava no balanço, feito pelo meu avô paterno à sua neta preferida, e que foi pendurado em uma frondosa goiabeira que até hoje está no fundo de nosso grande quintal.
E lá ficava eu...Pra cima e pra baixo...Pra cima e pra baixo.
E a ladainha era sempre a mesma:
- 7 x8?  perguntava minha mãe.
E eu respondia, dando um impulso bem alto ao balanço:
- 56!
- 9 x 9?
E e eu gritava: 81!
Foi assim que aprendi a tabuada para o resto de minha vida e graças à sabedoria materna.
 
 
Teresa Santos, 61 anos, paulistana. Aposentada, mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta de estudar idiomas, de viajar, de ler  e de observar o mundo. Considera o ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à vida  e se considera uma pessoa feliz.

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