Todas
as vezes que vejo a imagem de uma cadeira de balanço lembro-me da
tabuada.
O que
tem a ver uma coisa com a outra?
Minha
mãe, que tinha psicologia infantil nata, aliou o folguedo à uma matéria que nem
sempre teve a minha admiração: a matemática.
Conforme sempre cito aos amigos:
- O
meu negócio é lidar com a palavra.
Ela,
então, lavava roupa na área de serviço e eu ficava no balanço, feito pelo
meu avô paterno à sua neta preferida, e que foi pendurado em uma frondosa
goiabeira que até hoje está no fundo de nosso grande quintal.
E lá
ficava eu...Pra cima e pra baixo...Pra cima e pra baixo.
E a
ladainha era sempre a mesma:
- 7
x8? perguntava minha mãe.
E eu
respondia, dando um impulso bem alto ao balanço:
-
56!
- 9 x
9?
E e eu
gritava: 81!
Foi
assim que aprendi a tabuada para o resto de minha vida e graças à sabedoria
materna.
Teresa Santos, 61 anos, paulistana.
Aposentada, mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta
de estudar idiomas, de viajar, de ler e de observar o mundo.
Considera o ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à
vida e se considera uma pessoa
feliz.
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