Semprei gostei de escrever. Sou
uma entusiasta da palavra. Ela tem um significado muito particular para
mim.
Lembro-me que tinha 10 anos quando
participei de um concurso de redação no curso primário do Grupo Escolar Romeu de
Moraes.
O tema era sobre o mar. Ganhei o
primeiro lugar. Com o prêmio vieram uma medalha em prata, um
dicionário e um brinquedo.
Algum tempo depois, já no curso
ginasial do Colégio Estadual Prof. Manuel Ciridião Buarque, nosso professor de
português - Benedito Mota - fez um comentário, para toda a classe, que
ele comparava a minha escrita com a de um autor nacional e que a minha
modéstia declina o nome.
Fiquei muito contente em ser
comparada com alguém daquele quilate. Afinal, tinha tão somente 16 anos e
aquele elogio foi algo inesquecível a ponto de lembrá-lo no momento em que
escrevo.
A partir daquela data comecei a
escrever poesias pueris.
Elas tinha uma direção certa.
Um rapaz estrangeiro, de cabelos loiros, olhos claros e de porte alto que
comigo estudava.
Comprei um caderno e coloquei nele,
durante os anos de 1966 a 1970, todos os meus sentimentos.
E algo curioso aconteceu neste
feriado de 25 de janeiro de 2012 em que a minha querida Sampa
aniversaria....
Resolvi procurar aquele caderno
e depois de um certo tempo o achei.
Está amarelecido, mas a palavras
continuam ali...vivas.
Foi então que mudei o tema da crônica
de hoje e optei por escrever sobre a palavra e o sentimento que ela suscita. Ou
seria vice-versa?
Escolhi uma poesia muito
ingênua. Chega a ser bobinha se considerarmos os padrões
atuais.
Foi escrita em julho de 1967 .
Parecia que eu adivinhava qual seria o destino dele e meu: uma separação que
duraria quarenta anos.
Mas este é um assunto para uma
próxima crônica.
Ei-la:
Amanhã onde estarás?
Só penso o dia que a saudade
chegar
Não sei o que farei sem você
Sem seu amor, sem seu olhar
Hoje, tudo é lindo e sonhador
Ao meu lado você está
E amanhã onde estará?
Só restará a saudade
Porque um dia irá partir
E não soube que um coração pulsou por
ti
Ao ler essas palavrinhas me reporto a
um tempo onde tudo era tão ingênuo e tão puro.
E percebo que, mesmo passado tanto
tempo, conservo uma certa esperança
pueril.
E mais uma vez a palavra me
acompanha.
Teresa Santos, 60 anos, paulistana. Aposentada,
mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta de estudar
idiomas, de viajar, de ler e de observar o mundo. Considera o
ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à vida
e se considera uma pessoa feliz.
4 comentários:
Boa tarde!!
"E amanhã onde estarás?" Bela poesia pueril, mas cheia de encanto e ternura...amei!!!
Um abraço,
Ana Maria
Oi Teresa,
Acabei de ler e gostei muito.
A poesia me fez chorar, achei sincera, romântica e terna.
beijos minha amiga.
Essa poesia tinha um "quê" de premonição, amiga Teresa. Você não sabia mas estava antecipando o futuro... E parabéns pela leveza do texto principal, ele merecia medalha de ouro, não de prata!
Abs!
Olá Teresa,
Li encantada como sempre. Mais uma crônica para guardar. Beijos carinhosos
Eugênia
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