Nesse momento, meu pensamento viaja longe, surge a figura de minha
mãe e começo a comparar o seu tempo com o meu atual. Como tudo ficou
para trás em um abrir e fechar de olhos! Como o tempo é o seu chefe
maior e ele urge se não corrermos e percorrermos com ele as mudanças e
inovações. E nesse pensar lembrei-me de uma pergunta de meu caçula: "
Mãe, como voce se sentiu com o advento do celular e do computador em sua
vida e como conseguiu manuseá-los? Respondi tal qual é o tempo, nosso
amigo apressado e como fosse algo normal: " Filho, achei que fosse mais
uma entre tantas aprendizagens que surgiram em minha vida". Mas, na
verdade, tudo que nós mulheres, " Mães da Transição", passamos e
vivenciamos, não foi fácil.
Quanto ao celular, eu achava incrível, ficava com medo de apertar
as teclas erradas, mas isso era uma constante por uns tempos e , na
brincadeira, ria e levava na farra. Quando dei por mim, já manuseava a
tecnologia tranquilamente, assim como foi aprender a dirigir carro,
fazer faculdade junto com os filhos , ser mulher ativista na política,
ser mãe, trabalhar fora e chefiar a família, ser professora e ainda
fazer pós-graduação.... Que sufoco!
Creio qua a maioria das " Mães da Transição" já está se acostumando
com as mudanças e as inovações e não as tratam mais como bicho de sete
cabeças.Aliás , nós mulheres, "Mães da Transição", encaramos a vida e os
obstáculos com muita resignação e doação.
Uma das maravilhosas aprendizagens é a de não reclamar da vida,
pois tudo se torna mais fácil e leve. E na minha reflexão, deparei com
Jesus Cristo, pois ele sempre foi e é o mais solicitado e é capaz de nos
ajudar . Não tínhamos nossas mães por perto pra pedir socorro e
me lembrei de umas das frases de minha mãe que me marcou muito e da
qual não me esqueço: " Todas as mulheres do mundo um dia serão mães e
terão que dar conta do recado e por que você não conseguirá?" ...
Assim, conseguimos vencer aos trancos e barrancos e nem sei como...
Hoje, somos mães pela segunda vez, avós , no sentido correto. Somos as
"Mães da Transição", com celular, computador, trabalhos fora de casa,
assumindo cargos com competência, ajudando a cuidar dos netos,
conselheira e amiga de muitos jovens em qualquer assunto da vida.
E continuei com minhas reflexões... As " Mães da Transição" se
encontram felizes, sentadas em seu computador, pesquisando, aprendendo a
aprender, conversando com amigos, rindo da vida, pois ela é única ,
bela e passageira. Em todas as experiências vividas, décadas tão
diferentes, posso hoje, dizer que sinto-me jovem, realizada, curto
com felicidade todos os momentos de meu descanso outonal, do meu mundo
gostoso de se viver e ainda sinto com mais intensidade as emoções,
compartilhando as façanhas das "Mães da Transição", pelo computador,
pelo celular, aguardando sempre por novas apredizagens e novos saberes.
Mulher, mãe , amiga, somos nós " Mulheres da Transição". Parabéns pelo nosso dia e que ele seja eterno enquanto dure!! Ana Maria Campos
Natural de Uberaba - MG, reside em Ituiutaba - MG. Professora; Formada em Licenciatura e Letras pela UEMG;Pós Graduação em Filosofia.
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