Dependência das amizades virtuais
Muitos especialistas vêm debatendo os casos das pessoas que preferem se
relacionar virtualmente, esquecendo o mundo real. Essa discussão está
avançando em diversas frentes no segmento acadêmico e na área da saúde.
Os números preocupam porque as estimativas apontam que 10% da população
brasileira tem esse tipo de dependência.
Para o psicólogo Cristiano
Nabuco de Abreu, essa preferência faz parte de um quadro ainda maior,
que é a dependência da internet. “Os indivíduos que apresentam uma
dificuldade ou deficiência, classificada como um transtorno (depressão,
fobia social ou transtorno bipolar do humor), têm uma predisposição a se
refugiar no mundo virtual. Utilizam esse ambiente como uma forma
alternativa de vida. Nisso se desenvolvem algumas consequências como,
por exemplo, a preferência por relacionamentos virtuais. Dependendo de
cada pessoa, o quadro pode ser grave ou simples de ser revertido, sem
maiores problemas”, esclarece.
Nabuco, que também coordena projetos
do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Amiti), do
Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), revela que
essa dependência é mais preocupante entre os jovens. “Quando analisamos
os adolescentes ou indivíduos até 21 anos, verificamos que a região do
lobo frontal no cérebro, que inclui o córtex pré-frontal, responsável
pelo controle dos impulsos, onde se dá a decisão de fazer ou não fazer
alguma coisa, não está completamente desenvolvida. Por isso,
naturalmente são mais vulneráveis e propícios a apresentar quadros mais
graves de dependência”, declara.
O perfil desse indivíduo se encaixa
naquele tipo que prefere ficar conectado na grande rede, em jogos ou
sites de relacionamento. “Agora é bom esclarecer que não existe problema
em acessar a internet. Ela é a ponta do iceberg. Um agente que facilita
no diagnóstico de um quadro. Quando o indivíduo se refugia na grande
rede, ele já apresenta um problema psiquiátrico, conforme descrevemos
acima, ou um problema psicológico”, revela Cristiano.
Outra personalidade
Mesmo aquelas pessoas que têm uma vida normal no mundo físico podem
procurar o mundo virtual (a internet) para manifestar outro lado da sua
personalidade. A psicanalista e teóloga Daysi Rezende diz que existem
indivíduos que não mostram exatamente aquilo que são. “Quando a pessoa
se relaciona no mundo físico – em casa, na escola, no trabalho, ou até
mesmo na igreja – ela é obrigada a se enquadrar e respeitar esses
ambientes, sendo até obrigada a revelar o que ela é. No mundo virtual,
isso não é necessário.”
A especialista lembra que o ser humano é
muito complexo. “Na verdade, nós somos três pessoas: aquela que
realmente somos, aquela que nós queremos que os outros vejam em nós, e
aquela que nós imaginamos ser. Num ambiente familiar, os outros percebem
muito facilmente quem nós realmente somos. No contato virtual, o
indivíduo pode criar para ele o personagem que desejar”, acrescenta
Daysi.
Especialistas e educadores são unânimes ao afirmar que os
pais precisam acompanhar todas as reações das crianças. Qualquer
alteração ou resposta que fuja de um padrão, principalmente de forma
repetida, merece ser verificada atentamente. Dependendo da situação, é
aconselhável até buscar ajuda de um profissional.
Outro procedimento
muito recomendado agora na chamada “Era Digital” é monitorar o que os
filhos estão acessando na internet. “A grande rede, ao mesmo tempo em
que oferece cultura, abre os horizontes do conhecimento humano e encurta
distâncias, entre outras vantagens, despeja dentro dos lares muitas
informações desnecessárias, que não acrescentam nada na formação de uma
criança ou jovem. É importante para a família manter um diálogo com os
menores sobre o que é construtivo e positivo na web”, conclui a
psicanalista Daysi Rezende.
Via Teresa Santos
Um comentário:
Boa tarde!
Esse texto informa e nos leva a refletir sobre a nossa dependência com as amizades virtuais.Creio qq,é isso mesmo qq acontece. A maioria das pessoas se passam por outras, se enganam, fazem todo tipo de jogadas e quem não tem um jogo de cintura para esse tipo de relacionamento, se ferra. O mais importante é a preocupação com as cças e adolescentes em formação de sua personalidade.Os pais devem estar atentos à frente para supervisionar de qdo em vez, ou sempre, os relacionamentos de seus filhos na internet e a frequência de acessos.É difícil esse mundo virtual! Esses dias,um amigo me disse, qq no mundo virtual,vivemos em um grande BB.(Big Brothers)Infelizmente!
Um abraço,
Ana Maria
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