Casos de Pedofilia, por ser um transtorno sexual gravíssimo (pelos danos causados às vítimas), chamam mais atenção, principalmente da imprensa, quando a circunstância envolve um vizinho, cliente, fornecedor, colega ou um semelhante.
Enquanto são vistos em filmes, livros, telejornais de cidades grandes, notícias internacionais, parecem que nunca vão chegar até nós.
Mas, quando a coisa acontece na casa do vizinho de classe, parece que um filme de terror invadiu a sala e pulou dali em 3D, como um animal, uma besta fera capaz de fazer crueldades com criancinhas, podendo ser os nossos entes, parentes, amigos. De repente, pode estar atendendo o seu filho numa loja? E agora?
Mas, pra quem já passou por essa realidade ao vivo e em cores, trabalhando em vilas, postos de saúde, hospitais, presídios e, que dirão os agentes de saúde, que sabem mais sobre o que acontece na cidade do que muitos profissionais... Eles sabem que esse tipo de crime é mais comum do que se imagina, sem que sejam mencionados nos jornais. Não é privilégio de cidade pequena. Essa é a realidade! Só chama atenção, se alguém da mesma classe social for o contraventor.
Geralmente os abusadores, são pessoas próximas, de confiança da família, ou são provedores do grupo e por esse motivo, muitas famílias optam por não denunciar. A exceção se dá quando o abusador procura um trabalho ou atividade que lhe dê acesso às vítimas ou as vítimas recebem alguma recompensa pelo ‘favor’. Caberia à policia prestar mais atenção nestes casos, pois as vítimas, geralmente são de baixíssima renda e pouca formação intelectual.
Afirmar que o pedófilo é uma pessoa inteligente, bem-sucedido, como li recentemente na mídia, é um tanto quanto “perigoso”, já que a inteligência não está associada às doenças, e sim, a hereditariedade e a estimulação precoce. Existe perverso, pedófilo e outros tantos tipos de doentes que são inteligentes, acima do esperado como normal (de 90 a 120 de QI) e tem os que se mantém na média. Além daqueles que apresentem inteligência abaixo do esperado para o normal. Portanto é um mito afirmar que um perverso ou um portador de doença mental, é em geral, uma pessoa superdotada intelectualmente.
Quanto às VÍTIMAS, a ciência começa a fornecer a comprovação da influência do trauma na configuração do aparato neuroendócrino, da arquitetura cerebral, da estrutura permanente da personalidade e dos padrões de relacionamento posteriores (Perry, 1995). O estudo da transmissão transgeracional adicionou ainda mais preocupação, pois sabe-se que as experiências ficam marcadas na herança genética e nos padrões de vínculo, sendo, portanto, repassadas de uma forma ou de outra" (Azambuja, Ferreira & Cols). Pág 20, Livro ‘Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes’
Doris Ritter de Abreu Valença
Psicóloga CRP 07/10353
Especialista em Neuropsicologia
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