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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A ditadura do mau-humor - Aglaé Gil

Cada vez mais frequente, o mau-humor virou sinônimo de intelectualidade na mentalidade rasa de muitas pessoas, principalmente entre aquelas que utilizam as redes sociais. Como se não bastasse verem a si mesmas como o supra-sumo da inteligência, algumas pessoas [na verdade são muitas] fazem pouco caso de outras, minimizando o que elas dizem, a forma como se expressam e demonstram suas ideias ali. Não se coloca em questão aqui o nível cultural de ninguém, muito menos tem-se a pretensão de julgar conceitos, ideias, valores, concepções religiosas etc. Eu me refiro à intolerância de perceber e aceitar no outro as diferenças, por mais sutis que sejam. Já não me refiro a preconceitos contra orientação sexual, raça. A coisa toda já foi além. Porque há uma arrogância exacerbada dos que veem a si como pessoas mais cultas, de mais bom gosto e aí por diante.
O alarme é real. Há cada vez menos tolerância entre as pessoas, na mesma proporção em que há cada vez mais pessoas – no tempo em que a internet veio favorecer o surgimento de ‘formadores de opinião’ em grande escala, posto que ela nos aproxima, a todos. Por isso, alguns dos tais ‘formadores de opinião’ passam a ‘sapatear’ sobre os demais e suas ideias, seus gostos, com aquele seu mau-humor, coisa rançosa e chata.
E agora, eu me pergunto: de que vale tanta suposta inteligência se ela não tiver uso prático em algo [pelo menos!] absolutamente natural como é a educação,a civilidade e a prática das boas maneiras?
Então, agora, quem ri demais é chato, não tem boa cabeça, não se aprofunda nas coisas? Cheguei a ler em uma rede social o seguinte: “não gosto de quem sorri.Para mim, quem sorri está escondendo toda a sua podridão.”
Sim. Eu li isso. Nesses termo.
A pessoa em questão dá altos brados contra o “sistema”, tem tom acusatório contra pessoas que demonstram carinho e sorriem. Acredita que tudo está muito podre e ruindo.
Pode mesmo ser. As coisas não andam azuis com bolinhas brancas mesmo.
No entanto, tudo ficará muito, muito pior, se um desfizer do outro se considerando melhor, mais culto, mais ‘importante’.
A máxima, tão antiga, de que ninguém é tão burro que não tenha nada para ensinar e ninguém é tão sabichão que não tenha o que aprender é muito e cada vez mais, válida, sim!
Mau-humor não é indicativo de inteligência. Na minha [modesta] opinião, indica apenas um QE [quociente emocional] bastante preocupante. Ou, no mínimo, prisão de ventre.


Um comentário:

CaGadÃO disse...

bacana teu blog !!

segue ae o meu !!

http://cagadasnet.blogspot.com.br/