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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dependência das amizades virtuais

Muitos especialistas vêm debatendo os casos das pessoas que preferem se relacionar virtualmente, esquecendo o mundo real. Essa discussão está avançando em diversas frentes no segmento acadêmico e na área da saúde. Os números preocupam porque as estimativas apontam que 10% da população brasileira tem esse tipo de dependência.
Para o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, essa preferência faz parte de um quadro ainda maior, que é a dependência da internet. “Os indivíduos que apresentam uma dificuldade ou deficiência, classificada como um transtorno (depressão, fobia social ou transtorno bipolar do humor), têm uma predisposição a se refugiar no mundo virtual. Utilizam esse ambiente como uma forma alternativa de vida. Nisso se desenvolvem algumas consequências como, por exemplo, a preferência por relacionamentos virtuais. Dependendo de cada pessoa, o quadro pode ser grave ou simples de ser revertido, sem maiores problemas”, esclarece.
Nabuco, que também coordena projetos do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (Amiti), do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), revela que essa dependência é mais preocupante entre os jovens. “Quando analisamos os adolescentes ou indivíduos até 21 anos, verificamos que a região do lobo frontal no cérebro, que inclui o córtex pré-frontal, responsável pelo controle dos impulsos, onde se dá a decisão de fazer ou não fazer alguma coisa, não está completamente desenvolvida. Por isso, naturalmente são mais vulneráveis e propícios a apresentar quadros mais graves de dependência”, declara.
O perfil desse indivíduo se encaixa naquele tipo que prefere ficar conectado na grande rede, em jogos ou sites de relacionamento. “Agora é bom esclarecer que não existe problema em acessar a internet. Ela é a ponta do iceberg. Um agente que facilita no diagnóstico de um quadro. Quando o indivíduo se refugia na grande rede, ele já apresenta um problema psiquiátrico, conforme descrevemos acima, ou um problema psicológico”, revela Cristiano.

Outra personalidade

Mesmo aquelas pessoas que têm uma vida normal no mundo físico podem procurar o mundo virtual (a internet) para manifestar outro lado da sua personalidade. A psicanalista e teóloga Daysi Rezende diz que existem indivíduos que não mostram exatamente aquilo que são. “Quando a pessoa se relaciona no mundo físico – em casa, na escola, no trabalho, ou até mesmo na igreja – ela é obrigada a se enquadrar e respeitar esses ambientes, sendo até obrigada a revelar o que ela é. No mundo virtual, isso não é necessário.”
A especialista lembra que o ser humano é muito complexo. “Na verdade, nós somos três pessoas: aquela que realmente somos, aquela que nós queremos que os outros vejam em nós, e aquela que nós imaginamos ser. Num ambiente familiar, os outros percebem muito facilmente quem nós realmente somos. No contato virtual, o indivíduo pode criar para ele o personagem que desejar”, acrescenta Daysi.
Especialistas e educadores são unânimes ao afirmar que os pais precisam acompanhar todas as reações das crianças. Qualquer alteração ou resposta que fuja de um padrão, principalmente de forma repetida, merece ser verificada atentamente. Dependendo da situação, é aconselhável até buscar ajuda de um profissional.
Outro procedimento muito recomendado agora na chamada “Era Digital” é monitorar o que os filhos estão acessando na internet. “A grande rede, ao mesmo tempo em que oferece cultura, abre os horizontes do conhecimento humano e encurta distâncias, entre outras vantagens, despeja dentro dos lares muitas informações desnecessárias, que não acrescentam nada na formação de uma criança ou jovem. É importante para a família manter um diálogo com os menores sobre o que é construtivo e positivo na web”, conclui a psicanalista Daysi Rezende.
Via Teresa Santos

Um comentário:

Nana disse...

Boa tarde!
Esse texto informa e nos leva a refletir sobre a nossa dependência com as amizades virtuais.Creio qq,é isso mesmo qq acontece. A maioria das pessoas se passam por outras, se enganam, fazem todo tipo de jogadas e quem não tem um jogo de cintura para esse tipo de relacionamento, se ferra. O mais importante é a preocupação com as cças e adolescentes em formação de sua personalidade.Os pais devem estar atentos à frente para supervisionar de qdo em vez, ou sempre, os relacionamentos de seus filhos na internet e a frequência de acessos.É difícil esse mundo virtual! Esses dias,um amigo me disse, qq no mundo virtual,vivemos em um grande BB.(Big Brothers)Infelizmente!
Um abraço,
Ana Maria