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terça-feira, 22 de maio de 2012

"Mãos à Obra" - por Aglaé Gil

Hoje, nós, aqui,em família, fomos mal atendidos em um restaurante, aqui em Curitiba, por conta da pressa dos funcionários, de irem para casa.
Lamentável. Mas, e aí?Nenhuma novidade, não é mesmo?
Assunto recorrente, porque atitudes recorrentes. Acontece que muitas pessoas, infelizmente uma maioria, creio eu, não gosta, em absoluto, de trabalhar aos finais de semana e sentem-se mesmo diminuídas por conta disso, como se trabalho em sábados e domingos e feriados fosse algo vergonhoso, humilhante, até. Não é. Nenhum trabalho é humilhante; pelo contrário, garante a dignidade humana, torna qualquer pessoa partícipe de uma engrenagem que existe para levar o mundo e a vida adiante. Para construir uma sociedade, uma cidade, um país.
É preciso dizer e repetir: o brasileiro precisa espanar essa cultura rançosa que estabelece o trabalho como algo próximo à escravidão, algo incômodo que impede as pessoas de se divertirem como bem querem. É preciso que se crie, desde em casa, em família, o conceito de que o trabalho, tanto quanto o estudo, representa o crescimento moral, emocional e cívico do ser humano.
Porque, e é tão básico isso, as pessoas estudam para, mais tarde, trabalharem na profissão para a qual se preparam. Não é isso? O objetivo não é o trabalho? Ou é apenas um título a ser ostentado? Ah bom...então, aí...meus amigos...já não sei de mais nada.
E há, sim consequências práticas. A indolência de nossos políticos, por exemplo, nada mais é do que uma representação do que vive e reina por aqui.
Eles trabalham no Congresso até quinta à tarde? Pois a maioria dos brasileiros "briga" por qualquer "emenda" de feriado e, não raro, alguns pedem até demissão quando da proximidade das 'férias de verão'.
Trabalhar e fazê-lo com boa vontade torna tudo muito, mas muito mais fácil e bom.
Trabalhador não é escravo, não. É independente. É cidadão. Pode andar de cabeça erguida e ditar seus direitos com todos os pontos e as vírgulas.
Escravo é quem não sabe de seu lugar no mundo e acha que está aqui a passeio.
É isso. 


Aglaé Gil,  de Curitiba – com formação em revisão e produção de textos; pesquisadora de História e Literatura; aprendiz de viver; poeta;mãe; cidadã. [não necessariamente nessa ordem]

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com você. As pessoas costumam lutar para trabalhar menos horas, menos dias, e ganhar mais..... é incompreensível isso. Muito raro encontrar, por exemplo, um garçom atendendo os clientes com alegria; Um funcionário de loja, tratar tratar os clientes com esmero- fui ofendida cruelmente por uma atendente de loja ano passado.. levei um susto, depois fiquei triste, mas depois, como falo pelos cotovelos, contei pra todo mundo nas outras lojas e fiquei aliviada.. Mas isso é muito desagradável.

Nana disse...

Boa noite!
Realmente, é uma falha lamentável o qq ocorre com os brasileiros e o sentido errado que eles têm sobre o trabalho.Essa falha é nociva e prejudicial para o país. Trabalhar é importantíssimo e trabalhar gostando do que faz, se torna bem mais produtivo e prazeroso. Infelizmente, em nosso país a maioria das pessoas trabalham visando o salário.Creio qq, isso acontece, porque está ligado à nossa cultura.Segundo Mário de Andrade em Macunaíma,ele foca bem esse lado do brasileiro qq não possui uma civilização própria, uma identidade nacional e nem uma consciência tradicional.Tudo isso influi para qq fatos como esse ocorram em nosso dia -a dia.Creio qq é por aí.
Um abraço,
Ana Maria