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terça-feira, 3 de abril de 2012

Entrei com “Dengue” e saí com “Virose”... - Ana M. R. Campos

A desconsideração das varáveis sócio – econômicas explica em grande parte o malogro total ou parcial dos planos de saúde.”
 
Carlos Gentile de Mello – Sistema de Saúde em Crise
 
Um dos cruéis momentos de nossa vida, é quando temos que enfrentar e vivenciar situações de calamidade pública despreparo e falta de responsabilida de uns aos outros. E é na pele, que sentimos por nós, pelos irmãos, que não têm condições financeiras para receber e com dignidade, um tratamento, que condiz ao respeito humano.
Estar ou não com “Dengue” ou “Virose”, é um caso a parte. O mais importante, é deixar bem claro, a panacéia ocasionada pelo tão poderoso “Aedis Egipity” e que não conseguimos vencê –lo. Permanece a batalha invencível do nosso dia – a – dia e sem termos mais a quem apelar para sanar ou prevenir contra as doenças de toda espécie, que destroem o povo brasileiro.
Os hospitais lotados de pacientes, que aguardam e às vezes morrem, por um atendimento; por outro lado, plantas, entulhos nos quintais, pratinhos de vasos com flores, que nos alegram desde cedo a viver a vida, bueiros, fossas, caixas d águas e outros locais, são dominados por esse tão pequenino mosquito, causador de tanta doença, e é ele, apontado como o culpado. É impressionante!
E é justamente, nessa hora, que nos sentimos acuados, frágeis, sem ação e completamente sem forças para se fazer algo em troca. Ainda bem que, hoje utilizamos do teclado do computador, internet (e não mais a pena da caneta) para  expressarmos nossas alegrias, tristezas, frustrações e decepções.
As medicinas, os médicos, não têm culpa, quando se deparam com um caso clínico de “Dengue”. A clínica médica diagnostica, o laboratório confirma e prova por meio de exames, o diagnóstico médico, e o paciente sofre e aguarda os resultados e as soluções frente aos seus problemas de saúde. (no caso aqui, a dengue)
Antigamente, o médico era clínico de verdade, tratava com precisão, e o seu diagnóstico também era preciso. O juramento de Hípócrates era o que prevalecia em seu exercício, na profissão: “Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar – me – ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar – me, suceda – me o contrário.” ( Hipócrates, 450 a . C)
Hoje constatamos que, existe uma demanda muito grande de laboratórios espalhados por esse Brasil afora. Muitas vezes, o resultado do diagnóstico clínico não se coincide com o resultado do laboratório. Segundo pesquisas, seriam os erros laboratoriais. “Deixamos bem claro, que os laboratórios clínicos desempenham um papel fundamental no suporte às decisões médicas”. Os erros variam entre 54.5% e 88.9%, total de incidentes. (fonte: Saúde e Clínica para todos)
Para as autoridades competentes, tudo isso passa batido. Existe uma pesquisa rolando em um meio de comunicação, (TV) a fim de se eleger o homem mais poderoso do Brasil. Quem sabe é a nossa hora de acertar, hein!. Torçamos por isso, pois só assim, quem sabe, conseguiremos vencer o “mosquito da dengue”.     
E ao ser apontado o vencedor do concurso, quem sabe conseguiríamos um saneamento básico; quem sabe diminuiríamos a pobreza e a miséria; quem sabe não teríamos tantas injustiças ao lidar com o ser humano; quem sabe subiríamos na escala pelo critério da classificação de renda; quem sabe a Saúde passaria a ser prioridade...
A saúde no Brasil capenga, ela já nasceu doente. Pobres de nós, brasileiros, que vivemos em uma sociedade, que ainda acredita em história da Carochinha, do país do faz de conta, e que estamos “deitados eternamente em berço esplêndido”.
“Entrei com “Dengue” e saí com “Virose”, continuará. O mosquito ao nosso redor, a nos ameaçar e à nossa saúde.
O quadro da saúde pública e particular da nossa população, é sem dúvida alguma, gritante, permeado pela hipocrisia. Com isso, necessitamos de uma atuação mais radical e geral de toda a sociedade brasileira. Está em nossas mãos, aqui, e agora... O VOTO.
 
 
Ana M. R. Campos
Natural de Uberaba – MG, reside em  Ituiutaba – MG – Professora, formada em Licenciatura em Letras pela UEMG – Pós Graduação em Filosofia.

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