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terça-feira, 17 de abril de 2012

O beco das flores, por Aglaé Gil

O sorriso, naquele dia, nasceu e morreu  ali: na rua sem saída.
Era um lugar estranho, diriam alguns, até  impróprio a sorrisos e declarações. 
Mas foi o lugar que lhe coube para falar  de amor e, durante um certo tempo, conseguiu transformá-lo em um quase  jardim. É...o beco estava até florido, tinha  uma certa claridade de bons sentimentos, 
bons pensamentos, intenções iluminadas. Durante um tempo, vicejou por ali o 
amor, em forma de amores-perfeitos,  bocas-de-leão, alguns crisântemos e até  margaridas.
Ela [ele...quem sabe, o que importa?]  

deu muito de si por ali: plantou e cultivou  e semeou. Aguou todos os dias. E sorria 
o sorriso do sol que dava um jeito de se  embrenhar por entre as sombras dos  prédios escuros do beco.
Agora, no entanto, estava ali. Falaria a  palavra, aquela que põe um ponto final no 
amor -não..no amor não...ele não acaba de fato, não é? ele se transforma em  algo,nem que seja numa boca-de-leão - e 
sairia dançando dores e tristeza. 
Cantaria baixinho uma espécie de canção  de ninar: decidiu que o amor hibernaria. 
E ia adiante, depois de deixar o sorriso  desmaiado entre as luzes de final de  tarde.
Mas, vejam só. Tinha sementes nas  mãos.
..___Aglaé
*revisora de textos - ortografia e gramática, fluência*

  









 

 

Um comentário:

Nana disse...

Boa tarde!
Mto lindo o texto, 'O beco das flores". Criativo e cheio de amor por entre as flores. As sementes espalhadas pelo chão, falarão mais tarde e se abrirão em um belo amor - perfeito. ...Amei!
Um abraço,
Ana maria