O sorriso, naquele dia, nasceu e morreu ali: na rua sem saída.
Era um lugar estranho, diriam alguns, até impróprio a sorrisos e declarações.
Mas foi o lugar que lhe coube para falar de amor e, durante um certo tempo, conseguiu transformá-lo em um quase jardim. É...o beco estava até florido, tinha uma certa claridade de bons sentimentos,
bons pensamentos, intenções iluminadas. Durante um tempo, vicejou por ali o
amor, em forma de amores-perfeitos, bocas-de-leão, alguns crisântemos e até margaridas.
Ela [ele...quem sabe, o que importa?]
deu muito de si por ali: plantou e cultivou e semeou. Aguou todos os dias. E sorria
o sorriso do sol que dava um jeito de se embrenhar por entre as sombras dos prédios escuros do beco.
Agora, no entanto, estava ali. Falaria a palavra, aquela que põe um ponto final no
amor -não..no amor não...ele não acaba de fato, não é? ele se transforma em algo,nem que seja numa boca-de-leão - e
sairia dançando dores e tristeza.
Cantaria baixinho uma espécie de canção de ninar: decidiu que o amor hibernaria.
E ia adiante, depois de deixar o sorriso desmaiado entre as luzes de final de tarde.
Mas, vejam só. Tinha sementes nas mãos.
..___Aglaé
*revisora de textos - ortografia e gramática, fluência*
Um comentário:
Boa tarde!
Mto lindo o texto, 'O beco das flores". Criativo e cheio de amor por entre as flores. As sementes espalhadas pelo chão, falarão mais tarde e se abrirão em um belo amor - perfeito. ...Amei!
Um abraço,
Ana maria
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