Método torna possível transmitir imagens tridimensionais em tempo recorde
Trinta anos atrás, o primeiro filme da saga “Guerra nas Estrelas” causou comoção ao exibir um comunicador onde uma pequena imagem tridimensional da Princesa Leia pedia socorro ao jedi Obi Wan Kenobi. A tecnologia usada pela personagem, até agora restrita à ficção científica, enfim tornou-se realidade.
Pesquisadores da Universidade do Arizona criaram um sistema que funciona nos mesmos moldes, capaz de processar cenas multicoloridas praticamente em tempo real. Ou seja, foi aberta a era da holografia 4D (a quarta dimensão é o tempo).
— Telepresença holográfica significa gravar uma imagem 3D em um lugar e exibí-la em outro, em qualquer canto do mundo, em tempo real — explica Nasser Peyghambarian, que coordenou a equipe responsável pelo desenvolvimento da nova tecnologia.
Além de descrever o projeto na mais recente edição da revista “Nature”, a equipe de Peyghambarian antecipou muitas de suas possíveis aplicações.
A holografia 3D pode revolucionar áreas como a medicina, as telecomunicações e, claro, o cinema.
Imagem produzida em dois segundos
Antes da técnica de Peyghambarian, cientistas conseguiam criar sistemas capazes de exibir hologramas tridimensionais, mas eles eram estáticos.
Dois anos atrás, o pesquisador elaborou um dispositivo que conseguia renovar uma imagem holográfica a cada poucos minutos. Demorava cerca de três minutos para produzir uma imagem monocromática, seguida por outro minuto para apagar e substituir a figura anterior.
Também em 2008, na noite de cobertura das eleições presidenciais, a rede de TV CNN usou algo semelhante à tecnologia holográfica. O jornalista Wolf Blitzer conversou frente a frente com a correspondente Jessica Yellin, que não estava no estúdio. O efeito, porém, não foi conseguido em tempo real.
Agora, na pesquisa divulgada pela “Nature”, Peyghambarian reduziu o tempo de “escrita” da imagem para apenas dois segundos. Sua equipe também foi bem-sucedida ao transmitir imagens policromáticas e que poderiam ser percebidas em diferentes perspectivas — uma vez que elas são captadas por câmeras posicionadas em ângulos distintos.
— Digamos que eu, que estou no Arizona, queira dar uma palestra em Nova York — exemplifica o pesquisador.
— Precisaria apenas de algumas câmeras convencionais em meu escritório, cada qual em um ângulo, e uma conexão rápida com a internet.
Na outra ponta, em Nova York, haveria um dispositivo 3D ligado a nosso sistema de laser. Tudo automatizado e controlado por um computador.
Quando os sinais de imagem fossem transmitidos, eles seriam inseridos por laser numa tela e convertidos em pequenos pulsos, formando uma projeção 3D, quase instantânea. Pelo mesmo sistema, uma pessoa poderia falar com outra em outro canto do mundo e ver a projeção 3D de seu interlocutor transmitida praticamente junto com a voz.
Os sistemas de telepresença, portanto, capturam imagens bidimensionais, que tornam-se 3D quando a elas é acoplada a tecnologia holográfica. O segredo dessa conversão é a tela formada por um novo tipo de plástico, conhecido como polímero fotorrefrativo.
É este material que permite aos pesquisadores gravar e apagar as imagens tão rapidamente. A Universidade do Arizona já consegue trabalhar com telas de 43 centímetros de altura.
Segundo Peyghambarian, a tecnologia permitirá que fabricantes de equipamentos sofisticados, como carros e aviões, aperfeiçoem seus projetos conforme acompanham, em tempo real, a construção pelos hologramas.
Em uma cirurgia complexa, o 4D permitiria que vários especialistas do mundo inteiro assistissem e participassem como se estivessem na sala de operação. No cinema, a holografia tridimensional desbancaria facilmente os recentes avanços, vistos, por exemplo, na nova versão de “Avatar”.
— Quando você vê um filme 3D comum, tem à sua disposição duas perspectivas, uma fornecida por cada olho.
Em nosso experimento, demonstramos 16 perspectivas, mas a tecnologia tem potencial para, futuramente, elevarmos este número para centenas.
A tecnologia holográfica, no entanto, ainda precisa de ajustes para chegar ao mercado. Os pixels precisam ser reduzidos para garantir imagens mais nítidas. Também é necessário acelerar a atualização da imagem para cerca de 30 vezes por segundo, o que daria a impressão de que essas figuras têm o mesmo ritmo e continuidade daquelas vistas na televisão.
Há muito trabalho pela frente, mas Peyghambarian anima-se ao constatar que o material de transmissão já está disponível para os seus futuros usuários.
A quantidade de dados exigida pelo sistema de telepresença pode ser facilmente carregada por um cabo de internet de banda larga.
Pesquisadores da Universidade do Arizona criaram um sistema que funciona nos mesmos moldes, capaz de processar cenas multicoloridas praticamente em tempo real. Ou seja, foi aberta a era da holografia 4D (a quarta dimensão é o tempo).
— Telepresença holográfica significa gravar uma imagem 3D em um lugar e exibí-la em outro, em qualquer canto do mundo, em tempo real — explica Nasser Peyghambarian, que coordenou a equipe responsável pelo desenvolvimento da nova tecnologia.
Além de descrever o projeto na mais recente edição da revista “Nature”, a equipe de Peyghambarian antecipou muitas de suas possíveis aplicações.
A holografia 3D pode revolucionar áreas como a medicina, as telecomunicações e, claro, o cinema.
Imagem produzida em dois segundos
Antes da técnica de Peyghambarian, cientistas conseguiam criar sistemas capazes de exibir hologramas tridimensionais, mas eles eram estáticos.
Dois anos atrás, o pesquisador elaborou um dispositivo que conseguia renovar uma imagem holográfica a cada poucos minutos. Demorava cerca de três minutos para produzir uma imagem monocromática, seguida por outro minuto para apagar e substituir a figura anterior.
Também em 2008, na noite de cobertura das eleições presidenciais, a rede de TV CNN usou algo semelhante à tecnologia holográfica. O jornalista Wolf Blitzer conversou frente a frente com a correspondente Jessica Yellin, que não estava no estúdio. O efeito, porém, não foi conseguido em tempo real.
Agora, na pesquisa divulgada pela “Nature”, Peyghambarian reduziu o tempo de “escrita” da imagem para apenas dois segundos. Sua equipe também foi bem-sucedida ao transmitir imagens policromáticas e que poderiam ser percebidas em diferentes perspectivas — uma vez que elas são captadas por câmeras posicionadas em ângulos distintos.
— Digamos que eu, que estou no Arizona, queira dar uma palestra em Nova York — exemplifica o pesquisador.
— Precisaria apenas de algumas câmeras convencionais em meu escritório, cada qual em um ângulo, e uma conexão rápida com a internet.
Na outra ponta, em Nova York, haveria um dispositivo 3D ligado a nosso sistema de laser. Tudo automatizado e controlado por um computador.
Quando os sinais de imagem fossem transmitidos, eles seriam inseridos por laser numa tela e convertidos em pequenos pulsos, formando uma projeção 3D, quase instantânea. Pelo mesmo sistema, uma pessoa poderia falar com outra em outro canto do mundo e ver a projeção 3D de seu interlocutor transmitida praticamente junto com a voz.
Os sistemas de telepresença, portanto, capturam imagens bidimensionais, que tornam-se 3D quando a elas é acoplada a tecnologia holográfica. O segredo dessa conversão é a tela formada por um novo tipo de plástico, conhecido como polímero fotorrefrativo.
É este material que permite aos pesquisadores gravar e apagar as imagens tão rapidamente. A Universidade do Arizona já consegue trabalhar com telas de 43 centímetros de altura.
Segundo Peyghambarian, a tecnologia permitirá que fabricantes de equipamentos sofisticados, como carros e aviões, aperfeiçoem seus projetos conforme acompanham, em tempo real, a construção pelos hologramas.
Em uma cirurgia complexa, o 4D permitiria que vários especialistas do mundo inteiro assistissem e participassem como se estivessem na sala de operação. No cinema, a holografia tridimensional desbancaria facilmente os recentes avanços, vistos, por exemplo, na nova versão de “Avatar”.
— Quando você vê um filme 3D comum, tem à sua disposição duas perspectivas, uma fornecida por cada olho.
Em nosso experimento, demonstramos 16 perspectivas, mas a tecnologia tem potencial para, futuramente, elevarmos este número para centenas.
A tecnologia holográfica, no entanto, ainda precisa de ajustes para chegar ao mercado. Os pixels precisam ser reduzidos para garantir imagens mais nítidas. Também é necessário acelerar a atualização da imagem para cerca de 30 vezes por segundo, o que daria a impressão de que essas figuras têm o mesmo ritmo e continuidade daquelas vistas na televisão.
Há muito trabalho pela frente, mas Peyghambarian anima-se ao constatar que o material de transmissão já está disponível para os seus futuros usuários.
A quantidade de dados exigida pelo sistema de telepresença pode ser facilmente carregada por um cabo de internet de banda larga.
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