Hoje acordei com aquele cheirinho de boneca nova nas minhas narinas.
Talvez - devido à época Natalina - aquele odor se acentuou.
E de repente me vem à mente um dos meus natais quando criança.
Fazia um tempo nublado e eu sai à rua com o meu presente.
Queria mostrar para as amigas vizinhas o que Papai Noel (acreditei nele até os meus 9 anos de idade) havia deixado debaixo da minha cama.
Era um hábito entre a criançada. Sair à rua com seus brinquedos, roupas, sapatos novos...
Ganhei uma boneca linda e ao desembrulhá-la da caixa, com papel celofane, aquele odor de borracha nova impregnou o meu quarto.
Papai Noel tinha acertado com o presente. Era exatamente o que havia pedido a ele em uma cartinha que preparei e que minha mãe havia levado ao correio.
Acompanhava um carrinho de bebê feito em vime com quatro rodinhas de madeira.
Hoje este brinquedo seria considerado humilde demais para a exigência da garotada.
No entanto, para mim era excepcional.
Saí à rua e fui passear com a minha filhinha cujo nome já havia escolhido há muito tempo: Cristina.
Mal eu sabia que este nome coincidia exatamente com a época.
Cristina e seu carrinho ficaram comigo durante anos. Só me separei deles quando resolvi doar meus brinquedos e já em idade adulta.
Mas a lembrança daquele momento entre o abrir a caixa, sentir o cheirinho e ir à rua esta nunca foi esquecida.
Tanto é que virou uma crônica.
Teresa Santos, 61 anos, paulistana. Aposentada, mas na ativa. Formada em Letras pela Universidade São Paulo. Gosta de estudar idiomas, de viajar, de ler e de observar o mundo. Considera o ser humano a melhor personagem para seus escritos. É grata à vida e se considera uma pessoa feliz.
2 comentários:
Boa Tarde Teresa.
Eu fazia o mesmo! Me lembro quando ganhei a Susi.
Nem preciso dizer que viajei no tempo, você descreveu o seu Natal que era exatamente como o meu. Adorei! Sou sua Fã, você sabe.
Feliz Natal e muitas felicidades. bjs.
Obrigada, minha amiga ciridiana.
Sou sua fã também.
Feliz Natal e um 2013 carregadinho de boas novas.
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