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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sei não, Dr. Niemeyer...

Acho que Deus bem poderia conceder a prerrogativa da imortalidade a alguns.
Mormente a aqueles por Ele criados de uma forma especial, aqueles a quem a partir de um sopro único dotou com santidade, inteligência maior, criatividade infinita; gênios da pintura, músicos , escritores, artistas. Mas somente aos verdadeiramente ungidos com a centelha divina. Também aí os líderes da paz, os sábios, serenos, os cientistas do bem. Muito triste ver uma voz prodigiosa ir perdendo o agudo, calando o grave, silenciada aos poucos; mãos talentosas, cessando trêmulas de pintar, escrever ou tocar; cérebros magníficos, agora embotados, envoltos numa degradante confusão mental, impossibilitados enfim de criar.Seres abençoados que só nos propiciam o bem , a beleza do olhar, o amor, e que por vezes se vão na plenitude de suas obras, deixando-as inacabadas...E a gente, sem lugar. Seres especiais que bem poderiam viver sob a chancela de um tempo de vida diferenciado, sem o envelhecimento natural dos simples mortais. De Cristo a Niemeyer, quantas estrelas se apagaram...Como não teríamos desenvolvido se estes entes iluminados tivessem vivido ainda mais entre nós, e entre si, sem as limitações impostas pelas vicissitudes humanas ? Imagino que o mundo estaria numa condição muito superior, num estágio muito mais evoluído e belo. Do abismo da minha solene ignorância custa-me compreender o porque dessa igualdade entre santos e maus, sábios e pobres de espírito, talentosos e inábeis joões ninguém. Claramente espécimes distintos sob o disfarce de um mesmo gênero. Compelido pela minha introspecção quase indígena me ocorre pensar numa minúscula efemérida que vive apenas 2 dias, enquanto uma sequoia gigante atravessa impassível centenas de anos, 1000 às vezes. Cada qual vivendo segundo seu grau de importância. Sendo essa uma justificativa plausível, por que não assim com o gênero humano, aqui e ali também candidamente representado por singelas efeméridas e sequoias magníficas ?
Não caberia também aos homens, enquanto espécimes diferentes, uma justa diferenciação ?
Sei não, sei não, Dr. Niemeyer...

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