Entrar
em um “campo minado” durante uma guerra é confrontar diariamente com o perigo e
com o inimigo. Hoje, vivenciamos e participamos da guerra das “Redes Sociais”.
E essas, são muito perigosas, digo, “perigosas” no sentido lato da palavra,
porque ao participarmos do mundo virtual, nós nos expomos de tal forma, que não
sabemos quais serão as conseqüências dessa exposição.
Diariamente recebemos um jato de
informações sobre o que se ocorre em um dia na vida das pessoas, das
celebridades e dos outros. Ao mesmo tempo, as mudanças “in” das redes sociais,
a respeito de novos conceitos, novos métodos, novos comandos, novos chefes,
colaboram para navegarmos ,enfim, em um
mundo totalmente desconhecido, onde as pessoas trocam papos, falam de suas
vidas, mentem, brigam, agridem por meio de palavras, se camuflam por meio de
desenhos, símbolos, ou mesmo fotos, as quais não são as próprias e nem sabemos
se aquelas são “os nossos queridos amigos”.
Creio, que a certeza de convivermos com o
desconhecido, o não sentido, o não falado, o não verdadeiro é a que mais
vivenciamos durante o momento em que entramos em contato com esse mundo
virtual. Os disfarces, as máscaras são tão comuns ao nosso redor, que com o
tempo nos acostumamos a conversar com as mais diversas figuras. Tudo isso,
também, provoca e permite acontecer em nosso interior, a invasão do medo, que
nos domina por meio de uma foto, uma música ou mesmo um comentário. E esse medo,
repercute em nós, sensações de alarme, angústia, pânico e terror, mas gostamos
de conviver, enfrentar e confrontar com essa sensação, porque esse é o novo
mundo, esse é o mundo moderno, esse é o mundo virtual.
Por outro lado, posso afirmar que vale a
pena conviver dessa forma, porque adquirimos muito conhecimento, vivência e
mais experiência de vida. É pela empatia que nos aproximamos das pessoas e
passamos a gostar ,também, de uma forma concreta e agradável a todos nós, mas
sempre me deixando uma sensação dubitável e creio que, naturalmente em você,
também deva ocorrer tal sentimento.
Acontece que a nossa vida se transforma, na
medida em que vagarosamente penetramos nesse
campo minado. O nosso imaginário se fecunda de tal forma, que a nossa
autoestima e as nossas fantasias proliferam para o bem de nosso corpo e nossa
alma, pois ficamos dependentes do sistema e apaixonados por pessoas que passam
a fazer parte de nossas vidas e queremos ver, abraçar, cantar, beijar, sorrir e
namorar todos os dias. Esse é o lado que sentimos a euforia da comunicação.
As diversas páginas positivas que existem
nas redes sociais, a troca de lindas mensagens, artigos científicos, políticos,
referentes a área da saúde, sexo, religião, citações de pensadores, quadros
humorísticos, imagens belas, coloridas, literatura, arte, história, cultura,
costumes e tradições de povos e raças, enfim, tudo isso é aprendizagem.
Todavia, é o mundo da sedução que nos envolve e somos pegos por uma
“visgueira”.
Ah!! E o Amor... Esse é falado, cantado
em prosa e verso e permanece o tempo todo no ar e no clima das postagens. Comunica
- se por meio de frases, músicas, imagens que emitem à pessoa o pensamento ou a
atração pelo outro. É um mundo vasto e complexo em que o velho e o novo se
encontram e se fundem, ocasionando o tal do “Amor Platônico”.
Por
outro lado, observam-se as pessoas que têm um desencanto pela vida e essas
estão do outro lado da telinha, a fim de manifestarem por meio de agressões
verbais, postagens chocantes, falta de respeito às pessoas e deixando claro a
todos a sua intolerância.
Todos nós já vivenciamos essa postura dentro
ou fora do mundo virtual. No momento em que há essa explosão negativa,
percebemos o ciúme, a inveja, a falta de caráter, que seria definido como
pessoas de personalidades mórbidas ou
sob a plácida forma de sentimento, que os dicionários definem como:“Temor ou
receio que alguém sente de um afeto ou bem que desfruta ou pretende, chegue a
ser alcançado por outro.” ( Miray Lopez)
Em um futuro próximo, as “Redes Sociais”
terão uma tendência à formação de grupos. Essa será a melhor forma de haver uma
comunicação mais livre, solta e sem muita preocupação, porque às vezes somos
surpreendidos por uma pessoa ou uma postagem em nosso mural, totalmente
inesperada e que depois é difícil de o comando daquela rede social conseguir
desfazer aquele mal entendido.
Esse é o nosso mundo virtual, tão acionado,
curtido, comentado, compartilhado por todos nós. Àqueles que ainda não
conseguiram ter o acesso a esse mundo, é bom se inteirar do assunto, pois é
assim que a humanidade se reconhecerá.
Enquadrar nesse esquema nos anima para a
vida, melhora a nossa auto estima, as horas se tornam agradáveis, o amor paira
no ar, sentimos falta das pessoas, saudade de sua alma gêmea e então esse campo
minado da guerra passa a ser um campo de querenças, as mais diversas e
coloridas, pois sempre acreditei em
Anjos, e creio que eles também se encontram na tecnologia do mundo virtual para
nos proteger.
Ana
Maria Campos
Natural
de Uberaba – MG, reside em Ituiutaba – MG - Professora, formada em Licenciatura
em Letras pela UEMG. Pós Graduação em Filosofia.
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