No entanto, tanta expansão da internet não está sendo acompanhada por uma evolução no comportamento das pessoas, conforme observa o especialista em segurança do Site Blindado, Juan Antônio Duran. “Acho que o crescimento (da internet) foi bem mais rápido do que a cultura, a mentalidade, da segurança”, afirma, acrescentando que os usuários devem ter consciência de que o ambiente virtual segue regras parecidas com o do meio físico. “É importante que o usuário fique ciente que a internet é igual à sociedade da rua, temos leis, você não vai atravessar a rua com o farol aberto, a mesma coisa é a internet, você tem de seguir alguns passos para evitar cair em fraudes”.
Para ficar mais protegido na internet, o especialista e também o Procon (Fundação de Defesa do Consumidor) apontam 10 orientações simples.
Como ficar seguro on-line
1) Compras virtuais: Duran recomenda evitar sites que não possuam certificação de segurança, reconhecida no mercado. Na maioria das vezes, os selos de certificação podem ser identificados no rodapé da página.
2) Dados pessoais em segurança: no momento de fechar a compra, diz o especialista, é importante que o internauta verifique se o site trafega a informação precisa, como a ficha de cadastro – que traz informações pessoais e até o número do cartão de crédito -, de forma criptografada. “Isso pode ser comprovado mediante o cadeado no browse, ele indica que o dado está sendo criptografado. O site inteiro não precisa ser criptografado, mas, no momento de fechar a compra, é importante verificar se está sendo criptografado, sim”, diz Duran.
O Procon acrescenta que, além do cadeado, o site precisa ter o endereço eletrônico iniciado pela sigla “https”, indicando que ele possui mecanismos de proteção do cadastro.
3) Mecanismos de buscas: o especialista do Site Blindado recomenda evitar navegar em sites que tenham alguma notificação de segurança, ao usar monitores de busca, como o Google. Supondo que o internauta digite na busca TV LED 42 polegadas e aparece uma série de endereços. Se um deles estiver comprometido com alguma ameaça e, no momento em que a pessoa clica nele, aparece uma notificação de malware ou vírus, é importante que ela não prossiga com a navegação. “Pode ser qualquer site, um blog, por exemplo, qualquer site o Google faz uma Black list, onde ele escaneia o site em busca de malware”, diz Duran.
4) Família: monitorar pessoalmente o uso da internet pelos filhos. O especialista diz, inclusive, que é importante que os filhos sejam “treinados” para utilizar a web. Existem vários tipos de softwares no mercado que ajudam a monitorar o uso da internet em casa
5) Senhas: Duran aconselha a nunca compartilhá-las. Também é importante criar senhas fortes, alternando caracteres maiúsculos e minúsculos e caracteres especiais, por exemplo, e não usar uma única senha para acessar diferentes sites.
Quanto à criação de senhas, a Fundação Procon recomenda evitar informações óbvias, como datas de aniversário (sua ou de familiares), números de telefone, palavras conhecidas ou sequências numéricas ou alfabéticas, como 123456 ou abcdef. O ideal é que a senha tenha de seis a 12 caracteres.
Mesmo tendo uma senha forte, o especialista do Site Blindado diz que o usuário comum deve trocá-la a cada três meses.
6) E-mail primário: Duran recomenda que o internauta só o forneça para pessoas que sejam realmente conhecidas e de confiança. “Posso criar, por exemplo, um e-mail gratuito para uso no comércio eletrônico, mas o uso da minha conta primária deve ficar só para pessoas que conheço, porque assim, no momento em que tiver uma conta comprometida, não perco a conta primária”, diz ele, que completa: “é muito importante também manter separada a vida profissional da pessoal, por isso, não é aconselhável usar o e-mail que a empresa fornece a você para compras na internet, por exemplo”.
7) Questione: não forneça uma informação pessoal, simplesmente porque foi solicitado, diz o especialista. Verifique por que o site está solicitando uma informação pessoal. Duran dá um exemplo: se o internauta tem de preencher um formulário de cadastro, o site não tem por que pedir o número do cartão de crédito antes de ele fechar uma compra.
8) Segurança da máquina: mantenha o antivírus em dia e o sistema operacional atualizado. É melhor optar por uma única solução antivírus, porque instalar mais de um programa pode comprometer o desempenho da máquina e do antivírus. Quanto ao fato de escolher um programa gratuito, que geralmente é mais básico, o especialista diz que é melhor ter esse instalado do que não ter nenhuma proteção.
9) Redes sociais: Duran recomenda evitar dar muita informação pessoal nestes sites, porque os golpistas costumam pesquisá-los a procura de vítimas. Como exemplo, ele cita o fato de que, para reativar uma conta de e-mail antiga, é necessário ter a data de nascimento do usuário. Então, o golpista pesquisa o Facebook e lá encontra o dado que quer e reativa a conta que está em nome de outra pessoa, sem que ela saiba disso.
10) Destinatários de e-mails: por fim, diz o especialista, o internauta deve procurar não abrir e-mails de fontes desconhecidas, porque podem trazer ameaças. Sobre esse ponto, o Procon aconselha que a pessoa desconfie de mensagens que prometem prêmios, envia fotos, mensagens de amor ou amizade, cartões virtuais, entre outras. Além disso, diz a Fundação, no programa leitor de mensagens, o usuário deve desativar as opções que permitem abrir ou executar automaticamente arquivos ou programas anexados aos e-mails.
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