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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Aglaé Gil
  • _________Carta de questionamento


    Estava ainda agora no Facebook e lá, como sabemos, há uma variedade de assuntos que acabam nos enredando e nos levando a outros e outros... porém um dos assuntos me fez voltar a um questionamento antigo, nosso. Quando digo ‘nosso’, eu me refiro a nós, brasileiros. É sobre a antiga e emblemática situação de nosso país que parece não ‘pegar no tranco’, usando uma linguagem bastante popular.
    Tenho lido e estudado muito a respeito de nós, vasculhando nossa História em livros, jornais antigos, revistas, tentando reconhecer a nossa identidade. Afinal, quem somos nós, os brasileiros?
    E por que somos uma nação que parece menosprezar um grito mais agudo em favor de nós mesmos? O que há, de fato, na raiz de tudo isso?
    Poderia escrever muito sobre o tempo que o Brasil, ao invés de ser colonizado, foi explorado, pois a preocupação maior da ‘metrópole’ era extrair de nossas terras o máximo de riqueza possível, já que ela própria vivia à custa do que pudesse arranjar, já que seus soberanos não tinham exatamente traquejo administrativo. Isso é de conhecimento geral.
    Poderia, também, traçar algumas linhas sobre o mal que nos causou a todos o longo processo de escravidão, já que fomos o país que mais demorou a se ver livre dessa chaga. Uma vergonhosa lembrança que nos fustiga a todos.
    Entretanto, ficaria horas escrevendo, fazendo uma espécie de tratado, o que não nos convém, por agora, pelo menos. Porque tudo, enfim, forma uma grande trama, com tantos fatos históricos e notórios interligados.
    O fato é que a nossa História não é feita somente por governantes, políticos, a todo-poderosa mídia. A nossa História é feita, sim, também, por nós. E, sabendo disso, vamos até aquela velha premissa de que, também, depende muito de nós.
    O ‘jeitinho brasileiro’ , por exemplo, sugere de forma bastante ilustrativa e atuante que a corrupção é prática comum em nosso país, no dia a dia de muitos profissionais, desde os mais simples até os mais poderosos.
    E então, roubar um clip é diferente de roubar milhões de reais? Deixar de avisar ao caixa que ele errou no troco é muito diferente de omitir certas falcatruas políticas?
    O que pensamos sobre isso e o modo como agimos em nosso dia a dia – e mais: como educamos nossos filhos em relação a isso – é, na certa, um ponto de partida para chegar onde desejamos. Ao famoso ‘país do futuro’. Não é?
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    Aglaé Gil, 51 anos, de Curitiba – com formação em revisão e produção de textos; pesquisadora de História e Literatura; aprendiz de viver; poeta;mãe; cidadã. [não necessariamente nessa ordem]

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